O Culpado.

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Quatro Dias Depois.
Sexta. Vinte e Quatro de Abril.

A semana tinha passado tão rápida que até me assustei quando vi que já era sexta-feira. A professora Katriny disse no dia anterior que queria conversar comigo e eu já tinha noção do que era. Ao chegar no prédio da faculdade, fui diretamente para a sala da coordenação do meu curso, onde Katriny disse para eu encontrá-la. Cumprimentei alguns professores durante o meu trajeto e assim que cheguei ao local, empurrei a porta de vidro. Olhei ao redor e notei que era a única ali, então me sentei em uma das cadeiras de espera e tirei o celular de dentro da bolsa. Eu tinha comprado um celular mais simples na quarta-feira e guardado o iPhone que Jimin me deu, para então entregá-lo ao Park.

Não tivemos nenhum contato durante a semana, somente na segunda, na casa da Lizzie. Kane, muito menos o Park apareceu na faculdade para continuarmos o projeto e também não fui ao seu encontro, já que sabia o endereço do seu prédio. Eu estava ciente de que tudo que tivemos não passou de uma diversão para o loiro e o pior, à noite em que transamos continuava viva em meus pensamentos. Seus toques, os olhares direcionados ao meu corpo nu e os seus gemidos roucos. Eu, infelizmente, tinha criado sentimentos por Park Jimin. Antes de tudo acontecer, o que eu sentia pelo pai do meu melhor amigo era apenas uma atração e essa mera atração, desencadeou novas sensações e emoções.

Eu nunca fui uma pessoa orgulhosa, mas passei a ser depois da forma em que fui tratada pelo próprio Jimin, no domingo. Embora tivesse ido ao seu encontro no sábado, jamais pensei que ele fosse me descartar da forma em que me descartou. Meus olhos ardiam naquele momento e antes que alguém entrasse na sala, tratei de me recompôr. Mas o que eu estava pensando? Que depois que transasse com ele iríamos namorar ou algo do tipo? Park Jimin era e sempre seria uma área proibida para mim. Por mais que gostasse dele, jamais poderíamos ter um romance daqueles em que eu sonhava em ter. Haviam tantas barreiras que nos separavam e a principal era o Daesung.

Em tempo algum a diferença de idade me fez recuar. O seu belo rosto não condizia com a sua idade. Jimin era um homem vivido, cheio de experiências e costumes diferentes dos meus. Sabia que ele ficaria gravado em minha mente por um bom tempo, mas eu Olívia Jones, estava disposta a esquecê-lo, por mais que demorasse. Me envolver com o Park foi uma das maiores besteiras que já fiz em toda a minha vida. Nada dura para sempre e tive que acordar para a realidade. Por mais que não aparecesse com mulheres, o loiro deveria ter alguém e precisava me soltar daquela bolha que eu mesma havia criado quando começamos a nos envolver. O meu interior chorava, diferente da máscara que criei. 

Fingir que estava bem, só me machucava mais.

— Bom dia, Olívia. — Minha professora desejou, parando em minha frente.

— Bom dia. — Forcei um sorriso. Katriny me chamou e nós entramos em uma pequena sala. Me sentei em sua frente, respirando fundo para o que estava por vir. — Professora, esse curso é muito importante para mim. Não quero abrir mão, mas...

— Eu sei, Olívia. — Ela sorriu, me interrompendo. — Não te chamei aqui para zerar a sua nota, muito pelo contrário. — Abriu a pasta transparente, tirando alguns papéis de dentro desta. — O Sr. Park entrou em contato comigo na terça e me disse que não estava podendo mais te ajudar. — Assenti, sem ânimo algum. — Por isso vou te oferecer mais um prédio, tudo bem?

— Sim. — Forcei mais um sorriso naquela manhã. — Obrigada, professora. — Agradeci, me preparando para sair dali. 

O sinal tocou, mas antes de me retirar da sala, Katriny me passou os dados do novo prédio e agradeci mentalmente por ser próximo do prédio em que eu morava. Andei pelos corredores praticamente vazios do campus e entrei em minha sala, depois de pedir licença para o professor Leon, este que já tinha começado a ministrar a sua aula. Sorri fraquinho para a Lizz e apenas olhei para o Dae, ele sorriu e fez algumas anotações em seu caderno. Infelizmente os meus dois melhores amigos não estavam conversando direito, após o beijo na festa. Eu até tentei conversar com o Daesung, no entanto, ele se esquivou do assunto. Era nítido para mim que ambos estavam gostando um do outro, mas decidi não interferir. 

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Where stories live. Discover now