O Cuidado.

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OLÍVIA JONES.

Eu acordei lentamente, observando o local em que estava. A luz forte que vinha do alto fez meus olhos doerem, devido à claridade do cômodo. Era um hospital. O cheiro hospitalar sempre fazia o meu estômago embrulhar e eu não estava diferente naquele momento. Um gosto amargo invadiu o meu paladar, mas não demorou muito até que a ânsia de vômito passasse. As únicas coisas de que me lembrava naquele momento, eram dos olhos azuis do Matheus e dos seus braços ao redor do meu corpo, onde o próprio impediu minha queda. 

Me encontrava tomando soro, outra coisa que eu detestava. Hospitais e agulhas me faziam lembrar dos momentos que tive com a minha mãe, da luta para que ela sobrevivesse e infelizmente, não conseguimos vencer. Bocejei e prendi a respiração um pouco, buscando acalmar aquela inquietação em meu corpo. Olhei em volta e vi a bolsa da minha tia Amália em uma cadeira, ela provavelmente estava por perto. Escutei algumas vozes e as reconheci de imediato; uma era do meu ex-namorado e a outra da minha tia. 

— Liv... — Os olhos azuis encontraram os meus, assim que a porta foi aberta revelando a irmã da minha mãe e o Matheus. 

— Oi. — Respondi baixinho, com a visão levemente turva. 

— Querida! — Tia Amália exclamou, vindo ao meu encontro. Seu semblante de tristeza me deixou preocupada. — Como você está? 

— Bem, eu acho. — Fiz uma careta, sorrindo fraquinho. — Minha cabeça está doendo. 

— Vai passar, meu anjo. — A mais velha sorriu, depositando um beijo em minha testa. — Você me deixou tão preocupada, Olívia. — Suspirou, cansada. 

— Desculpa. — Pedi, abaixando o olhar. 

— Não precisa se desculpar, querida. — Afastou uma mecha do meu cabelo para o lado, a qual estava em minha face. — Eu sou culpada por não observar a sua alimentação, Liv. — Pressionou os lábios em uma linha reta. 

— O que eu tenho? — Perguntei, receosa. 

— Você está com anemia. — A vi engolir em seco, assim como eu com a informação. — O Dr. William passou uma lista de tudo que você precisa comer e dos remédios que você precisar tomar. 

— Estou anêmica? — Suspirei. 

— Sim, Olívia. — Sentou em uma das cadeiras, colocando a bolsa no colo. — Por que não estava se alimentando direito? — Indagou, séria. 

— Eu só não sentia muita fome. — Confessei e ela assentiu. — Não foi a primeira vez que senti uma tontura. 

— O que você comeu ontem, Liv? — Matheus se aproximou da cama, parando ao meu lado e segurando minha mão esquerda. 

— Eu... 

Me perdi em minha própria fala, no momento exato em que me recordei do corpo do Jimin sobre o meu. Seus suspiros, os lábios grossos e quentes, as mãos passeando por minhas curvas, cada memória me fez estremecer. Contudo, senti um incômodo em meu peito ao me lembrar perfeitamente da maneira que ele me tratou dentro do seu carro. Não deixou que eu o beijasse, até parecia outro homem ao meu ver. O que o Park queria, afinal? Minha cabeça começou a doer mais ainda, então afastei tais pensamentos e antes que eu respondesse o Math, um homem entrou no quarto. 

— Olá, Olívia! — O homem, que julguei ser o Dr. William, me cumprimentou com um sorriso. 

— Oi. — Sorri sem jeito, desfazendo o contato físico com o meu ex. 

— Sou o Dr. William. — Parou ao meu lado, me olhando fixamente. — Como se sente, mocinha? — Perguntou, levantando os óculos com um dos dedos da mão direita. 

𝐖𝐈𝐒𝐇𝐄𝐒, 𝘗𝘢𝘳𝘬 𝘑𝘪𝘮𝘪𝘯Where stories live. Discover now