Capítulo 9 - Terremoto.

26 6 0
                                    

(Clara narrando)

Um beijo no rosto pode não ser nada, mas para mim foi diferente. Senti um sentimento profundo e muita alegria em meu coração quando Arthur se despediu e já estava com saudade, e isso é estranho. Além do sentia que ele tanto de mim, mesmo ele não tendo feito tantas perguntas como meu pai fez a ele.

Quando entrei meus pais já tinha saído da varanda, claro que eles estavam vendo como Arthur ia se comportar. Não tinha dúvidas quanto a isso, mas estava bem grandinha para saber me defender. Não que eu fosse alguém rebelde, mas pela minha idade sentia que podia me cuidar.

Após um banho fui jantar com minha família que já estavam a mesa me esperando e o assunto era Arthur. Não que eu quisesse esquecer, mas antes eu já pensava nele, então agora vai ser mais difícil com a minha família só falando nele.

- Me parece ser um rapaz de boa família. _ disse minha mãe pegando a salada e colocando no prato.

Meus irmãos sempre estavam irritando um ao outro até mesmo na hora do jantar e sempre foram assim, um cutucava o outro e deixando minha mãe louca todas as vezes e pedindo para eles pararem, e no final eles sempre davam risada da cara que nossa mãe fazia.

Meu pai parecia que tinha engolido as palavras junto com a comiga, já que ficou em silêncio assim que me sentei a mesa, não parecia bravo, mas acho que ele devia estar percebendo que eu já estava bem grandinha. E qual pai não fica triste em saber que sua filhinha já não é tão pequena assim.

Foi quando a mesa começou a tremer e meus pensamentos desapareceu e onda de medo surgiu no meu ser. Como instinto me agarrei na mesa, que era engraçado, já que a mesa não ia me segurar.

E os objetos da mesa começou a cair aos poucos e barulho por toda a casa surgiu. Meus irmãos foram para debaixo da mesa, minha mãe estava agarrada na cadeira, como se ela fosse cair. Acho que o mais sensato foi meu pai que tentou andar pela casa para ver o que estava acontecendo.

Assim que parou olhamos ao redor para ver o estrago que tinha feito na casa.

- Ainda bem que os armários estão bem presos na parede. _ disse minha mãe aliviada.

Acho que meus irmãos nunca ficaram tanto tempo abraçado quanto agora. Bem que diz que o medo nos leva a fazer coisas que nunca achamos que íamos fazer.

Meu pai foi logo na sala ligar a televisão para ver o que tinha acontecido e a notícia de última hora era que estava tendo vários terremotos na costa do país e que muitas pessoas tinham sido afetadas.

Ficava imaginando o que teria acontecido se tivesse caído minha casa, já que muitas tinha caído. Não suportaria nem em pensar que isso pudesse acontecer. Amava demais minha família e a ideia era insuportável.

Meu pai pegou a chave do carro e minha mãe perguntou:

- Onde você vai Jorge?

- Vou ajudar, devem ter muitos feridos e precisam de mais pessoas.

- Como assim, você é veterinário e não médico. _ disse minha mãe ainda sentada na cadeira e acredito que nem ela tenha percebido, mas ainda estava agarrada na cadeira.

Mas não resolveu muita minha mãe impedir meu pai, já que o instinto dele sempre foi proteger o próximo. Minha mãe, meus irmãos e eu ficamos vendo o noticiário que só falava das tragédias que estava acontecendo no mundo inteiro. E em alguns países vulcões foram até ativadas depois de décadas. Era assustador ver o terror que estava acontecendo no nosso planeta.

E para minha surpresa vi uma mensagem de Arthur no celular perguntando se estava tudo bem e não demorei a responder a contar o que tinha acontecido e que todos estavam bem. Conversar com ele por mensagem parecia tão mais fácil, já que pessoalmente me sentia retraída. E ainda mais agora que sinto quando toco nas pessoas e venho evitando colocar a mão nas pessoas, mas queria tocar nele. E como queria...

QUESTÃO DE TEMPO PARA A VERDADE APARECER.Onde histórias criam vida. Descubra agora