Capítulo 11 - Guerra.

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(Clara narrando)

Passar o dia ajudando as pessoas foi gratificante e com certeza voltarei todos os dias se for preciso. Queria fazer parte da porcentagem de pessoas que faz a diferença no mundo.

Quando cheguei fui direto tomar um banho e comer uns pasteis que minha mãe tinha feito. Não conversei muito, estava tão cansada que fui para meu quarto dormir e mesmo querendo descansar os olhos a imagem do Arthur aparecia em minha cabeça. Virei a cabeça para baixo do travesseiro para tentar esquecer aquele beijo, que me torturava só de lembrar tudo que tinha sentido. Depois de um tempo apaguei e acordei assustada com barulho de sirenes. Me levantei e fui até a varanda da sala que fica no andar de baixo, e encontrei meus pais olhando em direção a uma fábrica que estava pegando fogo.

A casa tem varanda que pega da frente para a lateral direita em estilo rústico e amadeirado, e a chácara fica no ponto mais alto da cidade e aqui venta bastante a noite, além de termos uma imagem privilegiada do oceano e da cidade. Aqui onde moro é litoral da parte sudeste e de dia sempre faz muito calor, mas como o tempo está louco fica complicado quando a vegetação fica seco e podendo a vegetação pegar fogo com mais facilidade.

- Nossa. Como isso aconteceu? _ perguntei olhando para o meu pai. Peguei uma manta que tinha no cesto e me sentei em uma das poltronas.

- Não sei, escutamos um barulho de explosão e saímos para ver. _ explicou minha mãe que já estava sentada.

O céu estava ficando preto cada vez que a fumaça subia e com o nascer do sol penetrando nas brechas da escuridão ficava mais nítido a quantidade de fumaça. Muito triste pensar que agora as pessoas não tinham onde trabalhar e que com isso muitos ficariam desempregado. A economia do país já não se encontrava como antes e seria difícil reconstruir a fábrica novamente.

Entrei e fui fazer algo para comer. Peguei o celular e vi que tinha algumas mensagens. Mas quando li a mensagem de Arthur me levantei e fui direto ver a informação na internet, fiquei pasma com o que estava acontecendo no mundo.

Uma cidade inteira foi eliminada com apenas uma bomba que foi enviado de um país inimigo. Não dava para acreditar que continuava essa briga por poder, será que eles não entendem que não vai sobrar ninguém para contar história.

- Meu Deus. _ disse meu pai atrás de mim quando lia também a notícia. – Não duvido nada que tenham jogado uma bomba naquela fábrica também.

- Será? _ virei para olhar meu pai que estava fazendo café.

- Na guerra vale tudo minha filha e quem sofre somos nós. Esse governo perdeu a direção e a população agora terá que arcar com o preço com a vida. _ encheu a xícara com café e se sentou em um dos bancos da bancada.

Me levantei e fui me arrumar para ir com meu pai ajudar as pessoas como ontem. Desde muito pequena meus pais me ensinaram que ajudar as pessoas é importante e isso sempre foi gratificante, porque aquelas pessoas podem não ser especial para mim, mas é para alguém.

Minha mãe me deu um beijo na testa quando estávamos indo, entendi a preocupação dela quando senti a energia vindo através dos lábios dela em minha testa.

Quando meu pai me chamou para irmos e a minha mãe mostrou interesse em ir, deu a desculpa que alguém tinha que ficar para cuidar das plantas e dos animais. Meus irmãos sempre ajudavam, mesmo sendo do jeito deles. Não é porque são meus irmãos, mas tinha que concordar que eles eram dois garotos com corações muito bom e faria de tudo para agradar a mamãe.

"Nossa, quantas pessoas, parece que aumentou. Será que tinha caído mais casas". _ pensei.

Chegamos mais perto, vimos soldados correndo de um lado para o outro pegando seus pertences e indo para o caminhão do exército com tanta pressa que assim que encheu partiram. Estava movimentado aquele dia e meu pai foi conversar com um dos soldados que ficaram no acampamento. Já eu fui à tenda onde fazia a comida, quem sabe poderia ajudar em alguma coisa por lá e assim passei a cortando os legumes.

QUESTÃO DE TEMPO PARA A VERDADE APARECER.Where stories live. Discover now