• dezessete •

13.2K 1.7K 1.1K
                                    

CAPÍTULO DEZESSETE
invisibility cloak

O natal estava cada vez mais próximo e com ele as festividades de ano novo, o que mais interessava as duas amigas Morgana e Pandora, que pensaram durante dias em como pegariam os ingredientes e finalmente poderiam produzir o antídoto que colocaria fim à um dos maiores erros das duas.

Morgana sentiu sua barriga roncar assim que chegou para sua primeira aula, onde encontrou o resto de seus amigos, pois não havia comido nada no café-da-manhã. Sentou-se ao lado de Severus e Pandora, que já estavam discutindo sobre os novos feitiços ensinados. Ela observou o outro lado da sala, de onde podia enxergar os Marotos, conversando animadamente.

— Queridos, hoje iniciaremos nossos estudos sobre o Voto Perpétuo. — contou o professor. — Muito visto em casamentos, mas só podemos utilizá-lo com a permissão do Ministério da Magia. Sabem me dizer o motivo?

— O Voto Perpétuo só pode ser quebrado com a morte. — respondeu Morgana prontamente. — É um feitiço bom para casais que tem medo da fidelidade do parceiro. Loucura.

Todos riram e o professor concedeu cinco pontos para a Sonserina, logo a garota percebeu que James Potter, que estava sentado do outro lado da sala, tinha um sorriso bobo nos lábios, prestes à falar algo.

— Loucura? — perguntou ele. — Não acredita que alguém pode amar tanto uma pessoa à ponto de desejar pertencer à ela para sempre?

— Se isso significar que ela pode morrer, não. — respondeu Morgana.

Todos encararam os dois que se olhavam fixamente, aquele tensão entre os dois era forte, mesmo distantes.

— Eu acho um belo ato de confiança, você não se coloca em risco se não tem certeza de que realmente ama aquela pessoa e de que quer passar com ela o resto de seus dias. — falou.

— Mas uma promessa sem feitiços já não é o suficiente? — perguntou ela. — Se você ama e confia em alguém você não precisará de um feitiço que comprove isso. E se as duas pessoas não se amarem de verdade?

Passar o resto da vida ao lado de alguém que não ama? Morgana sabia o quanto aquilo era horrível.

— O amor pode vir depois, Morgana. — o garoto respondeu.

— Então, hipoteticamente, case-se comigo, Potter. — falou ela. — Façamos então o Voto e sejamos obrigados a viver até os últimos anos da velhice como um casal. E se o amor não vier? Você suportaria viver ao meu lado sabendo que nunca irá me amar?

— Mas e se você... hipoteticamente, me amasse?

O professor pigarreou, chamando a atenção da turma. Morgana e James continuaram quietos, mas ainda se encaravam, ambos adoravam discutir um com o outro, já seus amigos, estavam querendo ver mais de sua discussão.

— Eu concordo com você, Morgana. — Pandora falou. — Ainda mais porque eu sei que nunca vou me casar.

— É claro que não, não tem quem te aguente. — berrou Sirius. — Eu tenho pena da pessoa maluca que ousar algum dia se casar com você.

— Cala a boca, Sirius. — Morgana falou. — Não se esqueça de que você ainda está solteiro.

Pandora gargalhou alto, falhando ao não tentar chamar a atenção do professor, que logo retirou alguns pontos. A aula continuou monótona depois de tudo e logo o almoço chegou, Morgana decidiu servir-se apenas de uma maçã, como nos outros dias, para comer mais quando o jantar chegar.

Ela preferiu aproveitar o tempo livre caminhando pelo pátio da escola, enquanto revisava o livro de Adivinhação e algum assunto super desinteressante sobre ver o futuro nas estrelas. Morgana caminhou por alguns instantes e logo se sentou ao lado da mesma árvore de sempre.

A garota contemplou por alguns momentos o livro e o sol quente que ajudava a camuflar o frio de começo de dezembro, quando se deu conta, alguém estava ao seu lado e ela pôde sentir o forte cheiro de torta de frango e sua fome quase explodiu.

— Você não comeu nada, Morgana, de novo. — falou James. — Trouxe torta para você.

Ela o encarou incrédula e depois olhou para o pacotinho que o garoto carregava, ora, por quais motivos ele sempre aparecia oferecendo comida?

— Eu não quero, obrigada. — respondeu.

— Você quer sim. — afirmou ele, sentando-se ao lado de Morgana. — Não quero que fique fraca.

— Não estou fraca.

Morgana não queria comer demais, ela não entendia, mas sentia algo agoniante dentro de si que a dizia para não ousar tocar em mais comida, ou sua mãe a mandaria outro berrador falando sobre seu peso.

— Eu vi que você comeu apenas uma maçã. — falou. — Coma só um pedaço.

— James, eu... — suspirou. — Não posso.

O garoto sabia que deveria ajudá-la, mas ele não entendia nada daquilo, afinal de contas, Morgana era tão bonita e não seria uma coisa tão boba como seu peso que a faria parar de ser assim.

— Por favor. — ofereceu a torta mais uma vez. — Só um pedacinho.

Morgana revirou os olhos, irritada, mas resolveu ceder aos pedidos e devorou o pedaço de torta rapidamente, enquanto James a observava atentamente, como se quisesse protegê-la. A garota sentiu como se estivesse há semanas sem comer.

— Obrigada. — ela suspirou. — Mas você não precisava ter feito isso.

— Eu quis. — o Potter sorriu. — O que acha de um passeio?

— Eu não posso, tenho Adivinhação. — comentou. — E eu sou monitora, eu vou me ferrar se alguém me pegar fora da aula.

O garoto sorriu de lado, já sabendo a resposta para aquilo e puxou Morgana pela mão, que estava entrelaçada à sua. Se esconderam juntos atrás um enorme pilar do castelo e James tirou do bolso um de seus maiores tesouros.

Morgana que não estava entendendo nada, arqueou a sobrancelha ao ver um tipo estranho de capa, admirando o tecido fino e bem desenhado. Assustou-se quando Potter jogou a capa envolta do corpo, deixando apenas uma cabeça flutuante no espaço.

— Uma capa da invisibilidade! — falou Morgana. — São tão raras...

James sorriu orgulhoso.

— Você vem? — perguntou, oferecendo a capa.

Ela sorriu de volta e se juntou à ele embaixo daquela curiosa e mágica capa, que os deixou extremamente próximos.

INSOLENCE • james potterWhere stories live. Discover now