• vinte e três •

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CAPÍTULO VINTE E TRÊS
a taste of paradise

E então chegou o dia em que Pandora produziria um antídoto para um jovem que nem mais estava enfeitiçado. Dadas as circunstâncias de fim das férias, os alunos voltaram para Hogwarts e Morgana pôde rever seus amigos. Nada foi dito sobre o beijo que aconteceu na Sala Precisa, mas nenhum dos dois havia esquecido, pelo contrário, não conseguiam parar de pensar naquilo. Era como se eles tivessem experimentado uma gotinha do paraíso e necessitassem de um lago maior que aquele da escola.

James não conseguia parar de pensar na sensação de ter os cabelos loiros e sedosos de Morgana em suas mãos, de respirar o mesmo ar que ela e tocar os seus lábios trêmulos de desejo. E Morgana não podia parar de sentir as malditas borboletas no estômago quando lembrava de que nunca havia beijado ninguém assim, nem Charlie.

Aqueles lábios... aquela respiração... aquele rosto... o rosto de James.

— Morgana. — chamou a garota. — Você estava em outro planeta.

Pandora riu, as duas estavam sentadas embaixo de uma árvore e observavam o lago congelado.

— Sim, eu estava. — Bouveair concordou. — Tudo certo para hoje?

— Claro. — respondeu. — Mas não é isso com que estou preocupada.

Morgana contou para os dois melhores amigos a situação, falou sobre sua mãe e o noivado. Pandora ficou extremamente irritada e possessa, não conseguia pensar em como uma mãe poderia fazer isso com a própria filha, já Severus, não concordou com o casamento, mas disse entender o que a mãe de Morgana queria.

— Vou ajudar você a fugir. — disse. — Você é a minha melhor amiga e não vai ser obrigada a fazer isso.

— Dora, não vai funcionar. — falou a loira. — Sempre soubemos que isso aconteceria.

A morena revirou os olhos.

— Entenda uma coisa. — olhou no fundo dos olhos da amiga. — Que se fodam as regras da sua mãe, que se fodam os Comensais e que se foda esse casamento.

Morgana sorriu triste.

— Você, Morgana Bouveair, não nasceu para ser parte deles. — disse. — Você nasceu para mudar o mundo!

Ela queria concordar, mas tinha medo, das circunstâncias, da mãe e do futuro, sentia-se uma criancinha indefesa e medrosa. O que faria depois de fugir?

— Depois da formatura, entendeu? — perguntou Pandora. — Fugimos para o México, sabe que seus pais não iriam procurar você lá. E então você pode ser uma Madison, se quiser, meus pais já tem tantos filhos, uma à mais...

E Morgana abraçou a melhor amiga com força, nunca havia se sentido tão amada e protegida, ela tinha com quem contar além da irmã, afinal. Pandora tinha medo também pela melhor amiga, elas sempre estiveram unidas desde o dia em que se conheceram. O que seria dela sem Morgana?

De repente, passos baixos foram ouvidos e ambas puderam ver os quatro Marotos passando por perto. Morgana demorou seus olhos no Potter, seus cabelos bagunçados, o rosto corado pelo frio nunca lhe pareceram tão charmosos como agora e seus lábios, tão beijáveis.

Engoliu em seco, ao lembrar que jamais teria o toque daqueles lábios outra vez, mesmo que os seus formigassem quando ela pensava em James. Ele também a encarou discretamente, pensando em mil maneiras de levá-la para a Sala Precisa e ter mais toques como aqueles.

Eles nunca haviam provado do paraíso e precisavam de mais... sempre mais...

MORGANA!

JAMES!

Sirius e Pandora gritaram ao mesmo tempo e acabaram notando que o fizeram por causa da distração de ambos amigos. Morgana voltou a atenção para a melhor amiga e ouviu suas reclamações sobre não estar escutando a conversa, enquanto James apenas permaneceu quieto e seguiu o resto do grupo.

— Hoje à noite. — falou Morgana. — Vamos fazer esse antídoto para que eu não tenha nunca mais que olhar para o Potter...

...e desejar pular em seus braços, pensou.

Mais tarde, as duas garotas se arrumavam para a festa de Slughorn, colocaram vestidos formais e muito bonitos. Morgana usava um vestido de seda azul claro, no qual era pouco mais alto que seus joelhos e o cabelo loiro estava preso com duas mechas unidas na parte de trás. Já Pandora, vestia vermelho. Um vermelho digno de um grifinório estava estampado em seu vestido, que possuía uma fenda não tão alta e alças finas. A cor contrastava com seu tênis preto e de marca trouxa, no qual a garota era fissurada.

— Estou pronta. — contou Pandora.

A melhor amiga a encarou desconfiada.

— Tá bom, tá bom. — falou. — Foi uma aposta.

— Com quem?

— Você vai ver. — afirmou a morena, meio irritada.

Ambas saíram juntas do dormitório e Morgana encontrou seu par no caminho, Charlie Monarch, seu noivo, trajava um belíssimo smoking.

— Você está esplêndida, minha querida. — comentou ele.

— Igualmente.

Já Pandora, apenas caminhou ao lado do casal, não havia escolhido nenhum par e alguns alunos a observavam.

— Eu me basto, está bem? — berrou ela. — Não preciso de um par, como Severus. Não vê que ele preferiu ir sozinho?

— Ele não teve outra opção, nenhuma garota aceitou o convite. — falou Charlie. — Você poderia ter acompanhado ele, Pandora.

A garota assentiu, triste. Não havia pensado nisso e agora o seu amigo estaria sozinho.

Chegaram na festa e a primeira coisa que todos ali presentes repararam, foi a vestimenta de um certo casal. Sirius vestia verde, um paletó verde escuro e curiosamente, da mesma cor que o brasão da Sonserina. E então Morgana entendeu tudo, a aposta era com ele.

Porém, logo sua atenção se voltou para o garoto ao lado de Sirius, o seu pedaço do paraíso, ou James Potter, para os íntimos. Ele vestia preto, mas um detalhe chamou a atenção da garota, sua gravata, era da mesma exata cor do vestido dela. E quando se encararam, o coração de Morgana disparou, mas ela gostava da sensação.

Seu coração errou a batida apenas quando percebeu que ao lado dele estava Lily Evans. O que ela estaria fazendo com ele? Não o odiava? Se sim, não parecia mais importar, já que ela fazia questão de sorrir a cada palavra que ele dissesse.

— Está na hora, Morgiezinha. — sussurrou Pandora. — Vejo você em uma hora, aproveite a festa.

— Uma hora? Mas a poção não demora nem trinta minutos. — franziu o cenho.

— Ora, Morgana, eu... — pigarreou. — Já vou indo.

INSOLENCE • james potterWhere stories live. Discover now