• vinte e cinco •

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CAPÍTULO VINTE E CINCO
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E depois que Morgana saiu correndo da Sala Precisa, James não foi atrás dela, nem sequer conseguiu mover seus pés, ficou ali parado, sem nem entender direito o que havia acontecido. Decidiu então seguir seu caminho direto para o salão comunal da Grifinória, onde provavelmente poderia descansar e pensar nos acontecimentos passados.

Nem sequer se lembrou de voltar à festa, apenas correu para seu dormitório e lá se atirou na cama, tirou os sapatos e virou-se, deitado com a barriga para cima, tendo apenas a visão do teto. Quando se deu conta, os amigos haviam chegado, Rabicho não havia sido convidado para a festa, por não ser um aluno brilhante, mas deu uma passadinha na biblioteca.

— Meu bom Merlin, o que há com você? — perguntou Sirius, atirando-se na cama também. — Parece que está de coração partido.

Ah, e definitivamente era verdade. James o encarou, Sirius estava estranhamente corado e animado demais.

— Como foi a festa? O plano deu certo? — Almofadinhas perguntou. — Deve ter sido hilário.

Não sabia exatamente a resposta, o plano de Morgana, de dar-lhe o antídoto e esquecer o que havia acontecido, porém, o dele não saiu como o planejado.

— Não. — ele falou. — Eu não consegui falar, mas ela me deu o antídoto e agora tudo está resolvido.

— Tudo resolvido? — perguntou, desanimado. — E sobre rir na cara do perigo, digo, na cara da nossa querida dupla de prata?

Ele se virou na cama, visivelmente desconfortável e os três amigos perceberam que algo estava errado, ora, quando que James Potter perderia a oportunidade de rir de alguém, ou melhor, rir de Morgana e Pandora?

— Por que você não contou à ela, Pontas? — dessa vez foi Remus quem perguntou. — Alguma coisa muito ruim deve ter acontecido.

E James imediatamente voltou para a memória de alguns instantes atrás, quando os lindos olhos verdes de Morgana estavam lotados de tristeza, aqueles olhos que agora ele percebeu que adorava. Seu peito ardeu de imaginar que Morgana, a quem ele nunca imaginou que ia sentir algo, estivesse triste, ou com medo, ou com qualquer outro sentimento que não fosse felicidade.

Ah, e como ele queria que ela fosse feliz.

— Eu não consegui. — repetiu. — Ela estava tão abalada, tão triste. Eu não tive coragem.

Os amigos sentaram-se em suas camas e pararam para observar melhor James.

— Ela vai se casar. — ele contou.

Todos ficaram em silêncio, até mesmo Sirius, que sempre tinha algo para falar, se manteve quieto. Nenhum dos quatro sabia o que dizer sobre isso.

— Se casar? — perguntou Sirius. — Por Merlin, ela ainda nem tem dezessete anos.

— Eu posso apostar que foi ideia dos pais dela. — comentou James. — O olhar dela... ela estava tão triste.

— Vamos ajudá-la. — falou Aluado.

— Ajudar ela? O que nós somos agora? Super-heróis? — debochou Rabicho.

Remus revirou os olhos, cansado.

— Vamos dormir. — falou Sirius.

— Boa noite.

James quase não conseguiu dormir naquela noite, ele não parou de pensar em Morgana, o que de fato, o deixava com medo. E se ele não conseguisse mais deixar de pensar nela, mesmo se ela subisse ao altar e casasse com outro? Ora, mas nem ela queria o casamento... Ele sabia que não queria se casar com ela, é claro, mas iria se odiar para o resto da vida se Morgana se casasse com alguém que não amasse.

No outro dia, Morgana acordou cedo, podendo ter bastante tempo para se arrumar e foi o que de fato fez, tomou um banho quente e demorado, se vestiu na maior calmaria e quase pensou em se atrasar para a aula, pois não queria ver James. Era ridículo fugir de alguém que nem sequer se lembrava dela direito,
pensou, mas não conseguiria olhar para os olhos dele e não pensar em seus beijos.

A primeira aula do dia era a de Adivinhação e a garota saira de seu Salão Comunal acompanhada dos amigos, Severus discutia com Pandora alguma coisa sobre plantas usadas nas poções de fortalecimento, enquanto a morena nem sequer prestava atenção. Chegaram em seus lugares na sala e prepararam juntos seus livros.

Morgana suspirou pesadamente ao ver que os Marotos também haviam chegado, se sentaram como de costume, no outro lado da sala e silenciaram-se ao ver que a professora já estava ali.

— Muito bem, alunos! — a professora disse. — Hoje a aula será sobre Tarologia, essa linda arte! Peguem seus cadernos, formem duplas e interpretem as cartas.

Morgana, como sempre, se sentou ao lado de Pandora e ambas poderiam interpretar juntas o significado de suas cartas. As duas organizaram o livro de Adivinhação, enquanto a professora fazia baralhos de carta voarem pelos ares e pousarem na frente dos alunos. Pandora estava muito concentrada, sorteou algumas cartas e pediu que Morgana escolhesse três, logo, com um ar de sabedoria, ela virou as cartas e começou a analisá-las.

— Você tirou A Sacerdotisa, Os Enamorados e A Roda da Fortuna. — a garota respirou fundo. — Bem, você está indecisa com o amor e sua indecisão faz com que você fique confusa.

Morgana a encarou desconfiada.

— Pandora... — começou, mas foi interrompida.

— Mas há um segredo, um que vai levar você à uma mudança drástica. — completou. — E vai muito além do amor, Morgie, é uma coisa que vai mudar você por completo. Ele exige que você faça uma escolha, que pode levar você à um outro destino e não o seu.

A garota parou por alguns instantes, tentando absorver tudo que lhe foi dito e procurando entender quando foi o momento em que Pandora Madison havia virado uma perfeita vidente. As duas ficaram se encarando, até quando a professora chegou perto da mesa e começou a avaliar as cartas.

— Foi muito bom, Pandora. — comentou. — Você não está completamente errada, ela terá que fazer uma escolha que mudará tudo.

Morgana a encarou, confusa.

— Lembre-se apenas que você não é quem tenta ser. — falou. — Pense se você quer continuar seu destino, ou quer que ele mude. Mas saiba que aquilo que eu vi quando li sua mão, aquele menino, talvez seja diferente, talvez ele não use óculos.

A loira sentiu seu sangue se esvair, deixando-a pálida, seus olhos se arregalaram e sua boca tremia, ela havia entendido. Sabia o que aquilo significava, quando decidiu obedecer a mãe e casar com Charlie, aquele menino que ela imaginara não existiria mais, porque ela não havia escolhido o destino que levava à ele.

— Professora... eu... — ela não conseguia falar.

— Pense muito bem, querida. — sorriu. — O seu destino está nas suas mãos.

A professora já havia saído, antes mesmo de ouvir Pandora perguntando o que havia acontecido e passou perto da mesa dos Marotos, onde James Potter ouvia atentamente o que seu amigo tentava interpretar sobre as cartas de Tarô.

A mulher sorriu de lado, ao perceber que uma das cartas na qual James havia escolhido era A Estrela.

INSOLENCE • james potterOnde as histórias ganham vida. Descobre agora