• quarenta e quatro •

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CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO
hogwarts is my home

Morgana acordou naquela manhã sabendo de apenas uma coisa: estava livre. Não que antes não tivesse certas liberdades, mas agora era oficialmente livre e eram tantas as coisas que gostaria de fazer, coisas que sua mãe a proibiria e coisas que como Comensal, jamais poderia pensar. Aqueles foram dias tão confusos, cheios de confusão e grandes acontecimentos, que ao olhar para o lado da cama e enxergar seu dormitório, ela estranhou. A leveza que lhe invadia era satisfatória como nunca antes, todo aquele sentimento de dor e carga sumiu, não tão rápido, é claro, mas já parecia ter desaparecido por completo.

Quando viu sua mãe sendo levada por aurores, enquanto berrava e exigia que não fosse levada à Azkaban, Morgana sentiu como se saíssem quilos e mais quilos de peso de seu coração. Não era mais a filha de uma assassina, não estava mais destinada ao caos e ao medo, agora ela poderia decidir. E suas decisões começaram na semana seguinte, quando descobriu que havia tirado notas excelentes nos N.I.E.M's, podendo se tornar uma Auror, o que ironicamente era exatamente o contrário do que sua mãe era. Quando descobriu que mais aquilo havia se realizado, se deu conta de que poderia ter perdido tantas coisas e experiências se não tivesse combatido seus medos.

Agora, ela olhava pela última vez todos aqueles corredores de Hogwarts, aqueles que lhe acolhera e fizera dela parte de algo grande, tornaram-a a bruxa poderosa que era e lhe dera amigos. Recolheu todos seus pertences do dormitório e os guardou em sua mala, que agora era a única coisa que lhe restava e aguardou que Pandora acordasse, igualmente animada, porque também estava começando a realizar seus sonhos. De fato, a Madison havia conseguido notas excelentes e pôde optar por estudar Poções enquanto jogava com as Harpias de Holyhead na posição de batedora.

Vestiu uma roupa simples por baixo do uniforme dos formandos e o chapéu de bruxa, pontudinho e que lhe fazia lembrar de quando ainda eram crianças despreocupadas e encantadas por qualquer coisa que descobriram em Hogwarts. Seu cabelo loiro e cheio caía sobre os ombros e seus lábios pintados com um vermelho quase escarlate chamavam atenção. Também usara o colar das emoções que havia ganho de presente de Pandora no seu aniversário, com a pedra que escondida entre o vestido brilhava em um amarelo que nada mais poderia significar do que felicidade. Porém, quando foi de encontro aos outros formandos da Sonserina, se sentiu um peixe fora d'água, como se todos comentassem à todo instante sobre ela. E de fato comentavam, falavam sobre sua mãe e sobre uma das maiores fofocas já descobertas por aquelas serpentes, o fato de uma nascida-trouxa estar entre eles, e ainda por cima, ter sido uma Bouveair.

— Ah, Morgana... — falou Lucius Malfoy. — Não sei como teve coragem de voltar para Hogwarts, não quando descobriu seu sangue sujo.

Fingiu não prestar atenção no que Lucius falava, não que ser nascida-trouxa fosse algo ruim, ela deveria se orgulhar, mas ainda se sentia mal por ter descoberto tão tarde que não era quem pensava ser. As palavras doíam nela, toda vez que algum dos idiotas corajosos jogavam ofensas, mas ela continuava apenas guardando aquilo para si, até que pudesse explodir. Já havia superado tantas coisas, como sua insegurança sobre o peso causada pela mãe e seu medo de amar alguém, então poderia superar alguns babacas.

— Não sei como veio parar na Sonserina com esse sangue tão podre. — ele riu. — Que Salazar Slytherin perdoe o chapéu seletor, porque ele errou. Eu tenho nojo de você, sua sangue-ruim.

E então a explosão veio.

— Sabe, Malfoy... — ela começou. — Eu ofendo você?

— Sim, ofende.

— Então você tem que calar esse buraco sem fundo que chama de boca e prestar atenção no que eu vou dizer, porque eu não vou repetir. — falou séria, enquanto caminhava na direção dele.

INSOLENCE • james potterWhere stories live. Discover now