Snake Whisper • Tomarry

Amaldiçoado

O dia de Fenrir Greyback tinha sido muito bom até agora. A lua cheia estava há apenas alguns dias atrás, deixando ele e sua matilha energizados depois que eles fizeram uso da vasta floresta na fronteira com a mansão que estavam ocupando, correndo e simplesmente sendo eles mesmos.

Às vezes Fenrir quase teve pena dos lobisomens que tentavam viver de acordo com os regulamentos do Ministério, sendo forçados a tomar essa horrível poção Wolfsbane todos os meses e, em geral, sendo evitados pela sociedade.

Realmente não era de surpreender que sua matilha aumentasse ainda mais a cada ano e, enquanto as pessoas não se abrissem um pouco, ele continuaria sendo seu pior pesadelo. Afinal, não era como se ele tivesse muito a perder.

Ainda assim, esses pensamentos sombrios não permaneciam em sua mente enquanto ele esgueirava-se por alguns corredores da mansão em que não deveria estar.

Ficou bem claro que o Lorde das Trevas ocuparia a ala oeste e os lobisomens e qualquer outro hóspede ficavam na ala leste. Mas às vezes eles ficavam entediados e com o Lorde das Trevas participando de uma reunião dos Comensais da Morte em algum lugar no segundo andar, não era como se ele simplesmente voltasse aqui aleatoriamente e pegasse alguém.

Como tal, os lobisomens fizeram disso um jogo, tentando esgueirar-se para a ala oeste e dar uma olhada ao redor, se houvesse algum brinquedo trouxa interessante por perto.

E eles já haviam encontrado tantos! A televisão que Lesath lhes explicara há algum tempo fora um dos maiores mistérios, mas muitas outras bugigangas menores já haviam sido encontradas e examinadas minuciosamente. Se nem sempre for bem-sucedido.

No momento, um dos troféus de Fenrir consistia em um livro que ele havia encontrado no canto mais distante da biblioteca, imaginando um veículo não muito diferente do que ele e alguns amigos estavam trabalhando com Black.

Claro, eles teriam acesso à biblioteca de qualquer maneira se perguntassem ao Lorde das Trevas, mas ... isso era muito mais emocionante.

Mas, quando Fenrir apenas virou a esquina, levando-o ao corredor que o traria de volta à ala oeste, algo inesperado aconteceu.

Ele ouviu um grito.

Não apenas um grito abafado vindo de longe, algo que poderia indicar uma situação da qual ele queria participar e poderia simplesmente ignorar, mas um grito real e cheio de dor vindo de uma sala pela qual ele estava passando.

Incapaz de refrear sua curiosidade - se ele realmente não deveria entrar pela porta seria trancado e protegido de qualquer maneira, embora as barreiras de silenciamento geralmente estivessem incluídas lá - ele se virou e abriu a porta com cuidado, imaginando quem - ou o que - estava gritando, ele curtiu isso.

Ele certamente não esperava um menino, deitado no chão em um tapete simples, segurando uma mão rapidamente enegrecida pela outra.

"Woah, o que está acontecendo?!" ele não pôde deixar de pronunciar, se aproximando do garoto para ajudar um pouco, mas antes que ele pudesse tocá-lo, uma pequena cobra disparou de uma das mangas do garoto, assobiando agressivamente, fazendo-o recuar reflexivamente.

Tudo bem, isso foi ruim. Muito ruim.

Ele sabia que, apesar de agora parecer consideravelmente mais atraente do que antes, o Lorde das Trevas não havia simplesmente mudado de maneira. Ele não se tornou legal nem parou de jogar a maldição ocasional, se ela se encaixasse nele, embora os tempos de ser amaldiçoado geralmente fossem mais merecidos agora do que antes. Mas mesmo antes de sua queda original, ele não teria capturado e torturado crianças. Havia algo de desagradável em machucar os filhotes.