CHAPTER 74

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MEIO DA FLORESTAFAREJANDO O CHEIRO DAS CARTAS19H23

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MEIO DA FLORESTA
FAREJANDO O CHEIRO DAS CARTAS
19H23

Sim, Lisa sabia que era uma armadilha, e sim também, ela não se importava. Por dois seguintes motivos:

- Ela não se importava em morrer, o que a esse ponto, já era bem óbvio.

- Alguém estava ameaçando Jennie, e por uma razão que ela ainda não compreendia, ela se importava com a humana o suficiente para apenas o pensamento de alguém a tirar de sua vida também... Já lhe dilacerar por dentro de uma forma indescritível.

Nesses últimos meses, a única coisa que a impediu de realmente acabar com sua perdida vida, por mais que jamais admitiria, era Jennie. Ela sabia que era errado, que ela estava dando falsas esperanças para a humana, usando a humana para tampar suas feridas incuráveis, mas como se importar quando... ela era a única que conseguia fazer a dor ficar um pouco mais branda?

Quando estava com Jennie, quando tocava sua pele, beijava seus lábios e explorava seu corpo incrivelmente delicioso Lalisa conseguia esquecer por meros segundos que Rose havia morrido. No começo, ela fingia que Jennie era Rose, mas agora...

Ela até se esquecia as vezes de Rose.

E isso era péssimo, primeiro porque estava usando Jennie de forma completamente egoísta, segundo porque ela não queria simplesmente esquecer a Rose.

Jamais.

Nunca.

Não importa o quanto doia, ao menos de alguma forma Rose ainda estava ali em sua memória, lhe assombrando, nos pesadelos, lhe lembrando o tempo todo de seus tormentos.

ROSE: "Você está me traindo" (ela sussurrava em sua mente) "Não só física, mas mentalmente. Você me traí a cada vez que você tenta acabar com a sua vida você me traí a cada vez que você deixa nossos filhos sozinhos. E você sabe disso, não sabe? É exatamente por isso que você faz."

LALISA: "É a única forma de me sentir próxima de você, Rose. É a única forma de te ver."

Era loucura, mas as vezes, quando Lisa se concentrava bastante, ela conseguia vê-lá... conseguia ver perfeitamente o rosto de Rose, os olhos azuis a olhando completamente decepcionados. Talvez ela estivesse ficando louca, não ela com certeza estava ficando louca, mas quando ela chegava bem próximo da morte sempre que o sangue escorria e sua cabeça pesava, ela a via.

Provavelmente era apenas uma alucinação devido a falta de sangue no corpo, mas...

Era Rose.

Era o rosto pálido cheio de sardas, os cabelos ruivos em ondas, os lábios completamente avermelhados, os olhos azuis como duas piscinas que transbordavam quase sem parar.

ROSE: "Não faça isso, Lisa. Por favor... não faça..."

LALISA: "Mas eu tenho! Eu não consigo, sem você, eu não consigo... não consigo mais ficar sozinha..."

ANIMALS • EM EDIÇÃOWhere stories live. Discover now