EFÊMERO

326 71 146
                                    

SÃO PAULO | BRASIL

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

SÃO PAULO | BRASIL.
Leona Bonemer, 05 de setembro de 1992.

   DEPOIS DO PRIMEIRO ENCONTRO com Michael, o tempo passou bem rápido. As notícias se espalharam bem rápido, os rumores, as matérias... Absolutamente tudo. Quando o Jornal do Brasil teve a filha-da-putagem de me chamar de nepotista foi o estopim. Tudo bem, ótimo, eu era filha de quem eu era, prima de quem eu era, sobrinha de quem quer que fosse. Mas o meu mérito por chegar na Fórmula 1 não teve dedo nem de Leon, nem de William em momento nenhum! Eu sequer comparecia aos mesmos eventos que meus pais; cheios de políticos, falsos sorrisos e conversas sussurradas sobre corrupção. Sempre odiei tudo isso.

O telefone do meu quarto no hotel não parava de tocar desde domingo, jornalistas me cercavam a qualquer custo para garantir alguma informação e eram lindamente ignorados. A medida que foi se tornando insuportável, liguei para Dandara e perguntei se poderia me hospedar na casa dela. E claro, eu poderia. No mesmo instante, peguei minhas coisas e me virei para sair sozinha do hotel e dirigir o carro alugado até Vila Olímpia. Estava um trânsito infernal, o que não me deixava esquecer que Michael realizaria seu primeiro show no Brasil naquele dia. Mesmo que ainda faltasse horas, as pessoas já estavam indo rumo ao Morumbi.

Dandara tinha se mudado do Rio de Janeiro para São Paulo com os meninos pois tia Suzy a colocou como responsável pela nova sede da empresa que se localizava no Estado vizinho. Suzane estava há alguns anos dando sequência ao projeto de uma marca de roupas, mas principalmente peças jeans. Como progresso, a Revolution havia se expandido com lojas por todo o Rio de Janeiro e agora estava sendo exportada para outro Estado, à qual Dandara tomou as rédeas. Ela administrava a empresa e também trabalhava na área de publicidade. Eu estava muito feliz por minha amiga ter conseguido consolidar sua vida, e mais feliz ainda por ter feito parte disso ajudando-a.

DINA! –Enzo, o caçula, se agarrou na minha perna assim que me viu entrar. — Didinha, que saudadi!

— Oi, meu amor! –me abaixei em sua altura e o abracei, enchendo-o de beijinhos. — A didinha também sentiu saudade do neném dela.

Dina, não so mais seu neném, eu já tenho assim ó! –ele ergueu cinco dedinhos. — Cincu anos!

— Nossa, como 'tá adulto! –falei e o garotinho sorriu orgulhoso, estufando o peito. — E você, Gabriel, não vai falar com a sua madrinha, não?

— Foi mal, dinda, eu 'tô jogando a última partida! –o outro gritou da sala sem tirar os olhos da televisão.

Balancei a cabeça, dando uma risadinha.

— Enzo, vai jogar com seu irmão. –Dandara mandou. — Sua dinda e eu temos que conversar coisa de adultos...

— A didinha disse que so adulto!

POTESTADEOnde histórias criam vida. Descubra agora