COM AMOR, DAMI

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NICE | FRANÇA

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NICE | FRANÇA.
26 de setembro de 1992.
Leona Bonemer.

  FINALMENTE, A FÓRMULA 1 TERMINOU. Só restava esperar pela cerimônia de premiação que ocorreria no final de novembro, onde os pilotos do primeiro ao terceiro colocado eram premiados pelo Campeonato de Pilotos e Nigel Mansell seria oficialmente declarado tetracampeão mundial de Fórmula 1. As três maiores equipes que mais pontuaram também recebiam honarias, neste caso, a Williams ganharia o troféu do Mundial de Construtores.

Já que nem Ayrton, nem a McLaren ganhariam qualquer um desses títulos eu não estava realmente animada. Contudo, estava muito, muito ansiosa e esperançosa para a FIJA — Federação Internacional de Jornalismo Automobilístico.

A FIJA era uma organização criada pela FIA, Federação Internacional de Automobilismo, que visava premiar o melhor jornalista da temporada. Era a maior premiação possível para quem trabalhava com jornalismo esportivo na Fórmula 1. Era o meu sonho. Em 1991, apesar de ter feito uma cobertura completa sobre o GP de Interlagos, que contou com a incrível performance de Ayrton para conseguir vencer pela primeira vez uma corrida no país onde nasceu, eu não ganhei o prêmio. Galvão tentou me consolar dizendo que era meu primeiro ano, que eles obviamente não me premiariam por ser "inexperiente". Aquilo não confortou, só me deixou mais puta ainda!

Eu havia trabalhado duro durante a temporada inteira, claramente tive o maior destaque mesmo competindo com jornalistas mais experientes e influentes de diversas nacionalidades. Eu sabia perfeitamente porque não havia ganhado e não queria que em 1992 a FIJA arrumasse outra desculpa esfarrapada para fazer a mesma coisa, por isso me esforcei cem vezes mais do que no ano anterior. O prêmio tinha que ser meu.

Minha única preocupação naquela semana em Nice, aproveitando o clima ensolarado e a brisa da maresia que chegava até a varanda da casa onde Damien morava com Elizabeth, estava sendo os preparativos para o casamento. Meu casamento. Faltava menos de dois meses até o famoso grande dia e como Michael estava terminando os últimos shows para encerrar a primeira fase da Dangerous World Tour, nós três tivemos que tomar todas as iniciativas sozinhos. Claro que houve uma equipe encarregada de fazer o trabalho cansativo e detalhista, mas eu queria ter controle de cada item na decoração e cada arranjo. Afinal, mesmo que não fosse de verdade, ainda seria meu casamento e definitivamente não seria nada brega.

— Vamos lá... Falta alguma coisa? –perguntei, estalando os dedos e bocejando. Passamos a manhã inteira anotando cada pedido na lista de compras. — Estou exausta!

— Mulher, e o principal? –Elizabeth me olhou com um ar de riso. Eu franzi o cenho. — Os convites!

— Ata, nossa, ainda tem isso... O que vocês acham?

Lizzie sentou ao meu lado com um livro de amostras com diversos modelos e tipos de papéis para ajudar montar a invitação.

— Poderiam ser azuis, em formato de conchas... Por causa do mar... –Damien deu ideia.

POTESTADEWhere stories live. Discover now