DISPLICÊNCIA

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"(...) A amizade deles ficou tão próxima que o jornal National Enquirer publicou uma matéria com o título 'Nova Família Adotada de Michael'. A história implica que Jackson tem "roubado" o garoto de seu pai, Evan Chandler, dentista. Regulamente, Jackson convida Jordan, sua meia-irmã e sua mãe para visitar sua casa em Neverland nos fins de semana. Eles também viajam para Las Vegas e para a Flórida. Essas viagens interferem nas visitas agendadas de Jordan com seu pai, com Jordan preferindo visitar Neverland. Evan Chandler nos confirmou esta informação".

Royalty News, 1993.

NEVERLAND | SANTA BARBARA

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NEVERLAND | SANTA BARBARA.
24 de abril de 1993.
Leona Bonemer.

  O MÊS DE ABRIL PARECEU passar mais rápido do que o de costume, provavelmente pelo fato de que eu não ocupava mais os dias enfurnada num quarto, mantinha minhas refeições reguladas e mastigava folhas de alecrim diariamente para afastar o desejo suprimido do meu subconsciente de me apegar aos cigarros outra vez. Eu havia parado de fumar fazia algum tempo e estava indo muito bem, era consciente dos prejuízos que traria à minha saúde. Contudo, entendam: é dificílimo lidar contra um vício. Meu esforço, até então, estava surtindo efeito.

No fim de semana em que Michael e eu renovamos nosso acordo de paz, os Chandler retornaram a Neverland. Eu conseguia ser agradável com as crianças, mas June Chandler não me descia. E, por essas e outras, tive certeza de que a mãe de Jordan e Lily foi a responsável pela confusão premeditada num sábado.

  Eu criei o hábito de correr por Neverland. A propriedade era gigantesca e me movimentar e pegar um pouco de sol estava fazendo falta. Acordava todos os dias às sete da manhã, voltando apenas quase na hora do almoço. Descobri muito sobre o Rancho; realmente um lugar mágico e de grande contato com a natureza, embora eu tenha preferido passar longe do zoológico estando desacompanhada. Numa dessas manhãs, quando retornei à casa, achei estranho pequenas pegadas de água que iam do meu quarto ao fim do corredor, indo e voltando. O barulho do chuveiro ligado era audível. Caminhei até o banheiro, esperando encontrar Michael e perguntar o que ele estava aprontando daquela vez.

Abri a porta. A única coisa que vi foi uma miniatura de gente debruçada sobre a banheira com volumosos cabelos cacheados e castanhos. Assim que a garotinha percebeu minha chegada, virou-se rapidamente e arregalou os olhos por trás dos oclinhos redondos que usava. Ela estava toda ensopada, tanto quanto os papéis na banheira.

— O que você está fazendo aqui, menina? –perguntei séria, ela se acuou e não respondeu nada.

  Entrei no espaço para analisar melhor o estrago. Só assim percebi que os papéis se desmanchando dentro da banheira e rasgados em todo o piso do chão eram meus. Eram as minhas anotações do trabalho e as colunas que seriam enviadas para a Globo. Minha pasta preta estava caída ao pé do vaso sanitário, aberta e totalmente desfigurada.

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