RECONVEXO

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NEVERLAND | SANTA BARBARA

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NEVERLAND | SANTA BARBARA.
11 de abril de 1993.
Janet Jackson.

  COMPLETARIA UM MÊS DESDE que a única pauta à qual os principais meios de comunicação anunciavam ainda era sobre Leona Bonemer e Michael Jackson. É esse tipo de coisa que ocorre quando nenhum outro artista consegue ser tão relevante ao ponto de tirar o foco dessa situação toda. Tipo, qual é! Seria o momento perfeito para Madonna lançar outro livro de fotografias completamente explícito e aterrorizar conservadores religiosos.

Entrementes, ao defluir do mês, eu quase pude ter consciência do que estaria procedendo-se em Neverland. Alguma coisinha dizia no fundo do meu subconsciente que meu querido irmão absolutamente não estava sendo a melhor pessoa indicada para lidar com a circunstância atual, e que Leona, coitada, provavelmente encontrava-se desamparada. Assim que coloquei os pés no rancho, tive convicção de que minha intuição era certeira.

— Janet, você não avisou que viria, adorei a supresa. –Michael me recebeu, sorrindo.

— Não apareci para falar com você, vim para ver Leona. –acertei um soquinho no peito dele, depois um beijo em sua bochecha.

— Tente a sorte. –Michael bufou, torcendo o rosto. — Essa daí não sai do quarto nem para comer...

— Deus, consegue ser pior do que eu imaginava. Me diga exatamente o que ocorreu!

  Após minutos, meu irmão terminou de explicar cada ocasião minuciosamente, repleto de gesticulações e tons de indignação, e eu formulei uma única pergunta:

— Doeu muito?

O moreno franziu o cenho.

— O quê?

— Quando você enfiou o bom-senso no...

— Por Deus, Janet! –conclamou, impedindo que eu completasse a frase.

— Responda. Doeu?

— Olha, sei que falei bobagem, porém não adianta tentar algo se ela não quer ouvir. –Michael pronunciou "ela" com um tanto de desdém, daqueles que você usa num tom de quando se recusa a dizer o nome da pessoa. — Eu não pretendia que isso acontecesse, só fiquei com muita raiva. Algo pequeno tornou-se uma bola de neve, assim que percebi havia dito umas coisas desagradáveis...

— Aposto que você teve tempo suficiente para se redimir, mas acabou piorando. Certo? –ele se calou num silêncio autoexplicativo. — Cara, você está grandinho demais para sair falando o que dá na telha e não gostar quando as pessoas apontam o seu erro depois. Tem muita gente babando seu ovo por aí, mas Leona não aparenta ser nem um pouco desse jeito.

POTESTADEWhere stories live. Discover now