Narração de Lan Huan

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Pensei que nunca sairia daquele lugar infernal, quando me forçaram a ter meu bebê foi desesperador, eles a levaram de mim sem que eu conseguisse salva-la, as lágrimas escorriam por meu rosto enquanto eu ouvia meu tio dizer que a venderia como escrava, meu coração estava desesperado.
 
Minha princesinha, meu mine pedaço de A-Cheng, eu chorava sem conseguir me mexer revivendo tudo que vive naquele inferno pelas palavras de meu tio, foi quando ouvi um estrondo e senti mãos quentes em meu corpo, o cheiro de sementes de Lótus e sândalo preencheu o local.
 
Fechei meus olhos caindo na inconsciência sem conseguir compreender se estava a salvo e o que aconteceria com meu pequeno pedacinho de gente que me deu tanta razão de viver.
 
A próxima lembrança que tenho são de vozes familiares e sentir mãos cuidando de meu corpo, também me lembro de ouvir a voz de Jiang Cheng e ele falando algo sobre nossa filha, depois disso voltei para mergulhar na inconsciência novamente.
 
Levei mais um tempo até recuperar uma semi consciência e sentir meu corpo sendo carregado enquanto alguns pingos do que parecia ser uma chuva caindo em minha face, até uma delas cair em meus lábios os adentrando e percebo que são lágrimas, tento me focar e consigo sentir o cheiro de Wanyin.
 
Ele estava me carregando para algum lugar que não consegui identificar já que não conseguia forçar meus olhos a se abrirem, estava tão destruído por dentro e temia tanto seu nojo e dor por nossa filha que foi roubada que não conseguia forças para encara-lo.
 
Senti todos os seus cuidados com meu corpo e então ouvi seu soluço, quis chorar junto enquanto ele cuidava de mim com tanto amor e tanto carinho que me doía a falta de força para lhe encarar, minha própria covardia me mantinha preso em minha mente.
 
Até que ouvi o que ele disse, ele me implorando para viver por nossa filha, para não força-lo a cria-la sozinho, ouvi ele implorar para que eu abrisse meus olhos, ele me falando que eu estava em segurança.
 
A parte que me prendeu foi nossa filha, se ele sabia que era uma menina então ela não estava perdida, ele havia conseguido salva-la!? Nossa filha estava ali conosco!?
 
Tentei me forçar a acordar, meu corpo não me respondia, mas eu preciso acordar, consegui mexer minhas mãos e parece que ele percebeu, pois segurou minha mão me passando sua energia espiritual forçando a minha própria a correr numa pequena explosão que me fez ofegar.
 
Finalmente consegui abrir meus olhos e finalmente o olhar, seus olhos estavam cobertos de lágrimas e um pouco avermelhados, ele me puxou para seu colo e foi me envolvendo em seus braços extremamente protetores.
 
_ A-Cheng? _ o chamei extremamente rouco conseguindo retribuir e sentindo meus próprios olhos úmidos.
 
_ Está tudo bem A-Huan, nossa filha está dormindo e você está aqui comigo, o pesadelo acabou eu lhe juro _ ele me disse afastando meu rosto de seu pescoço e distribuindo beijos por meu rosto.
 
_ Eu. . . Eu quero vê-la _ disse forçando minha voz.
 
Ele sorriu e me sentou em nossa cama mais uma vez, me acomodou para que eu ficasse o mais confortável possível antes de buscar nossa princesa, eu estava nervoso e ansioso, não pude a pegar no colo quando ela nasceu.
 
_ Ela já está querendo mamar pelo visto, você está confortável para isso A-Huan? _ Ele me perguntou trazendo meu pequeno pacotinho.
 
_ Estou bem A-Cheng, apenas me ajude a segura-la, meu corpo ainda não me responde muito bem e tenho medo de deixá-la cair _ o olhei e admiti mordendo meus lábios.
 
_ Está tudo bem meu amor, estou aqui e vou cuidar de vocês _ ele me disse e a colocou em meus braços, me afastou das almofadas e se sentou atrás de mim com cuidado me deixando entre suas pernas _ Você está pronto Jiang Huan? _ Ele me perguntou.
 
_ Estou A-Cheng _ disse encantado  com a pequena princesa que mexia a boquinha buscando por onde sairia seu alimento, ela abriu os olhinhos e eu fiquei ainda mais encantado ao ver os mesmos olhos de seu pai alfa nela _ Tão linda _ disse erguendo seu corpinho e tocando sua bochecha na minha.
 
Vi Jiang Cheng sorrir aproveitando para descer uma parte da minha roupa para dar livre acesso para nossa pequena mamar, ele me ajuda a posiciona-la para que ela pudesse mamar, não demorou para que ela pegasse o bico do peito, o problema é que dessa vez doeu muito, meu corpo estava ferido e se recuperando.
 
_ A-Huan se está doendo me deixe buscar a mamadeira, você não precisa passar por dores assim por favor _ meu Alfa me disse preocupado.
 
_ Não _ neguei balançando a cabeça enquanto a olho se alimentar mesmo sentindo dores fortes _ Se eu não a amamentar vou perder a chance de criar o vínculo com ela, você já deve ter criado o vínculo afinal é o alfa que ajudou a dar origem a ela, só de ela abrir os olhos em seu colo pela primeira vez já mostra isso, mas pra mim que sou ômega é minha única chance _ explico o olhando por cima dos ombros.
 
_ Tudo bem, mas somente desta vez, até se recuperar vou dar mamadeira para ela, você precisa está totalmente bem para não sentir dores ao cuidar de nossa princesa _ ele me disse sério me dando um selinho.
 
Essa é uma das coisas que amo nele, sua superproteção é algo que eu não me importo de sofrer, ele sempre está disposto a me proteger e me cuidar, não porque não posso fazer isso por mim mesmo, mas porque sou importante para ele.
 
_ Eu te amo A-Cheng, obrigado por cuidar de mim, por me achar e me salvar _ encosto minha testa na sua me sentindo calmo e em paz, sim ainda haveria muito para superar, mas estamos juntos nessa.
 
_ Eu também te amo A-Huan e você não irá a lugar nenhum em que eu não possa te encontrar e te proteger me entendeu? _ Ele me perguntou carinhoso.
 
_ Não quero ir a lugar nenhum que não tenha você e nossos filhos juntos _ respondi sorrindo o olhando enquanto nossa filha terminava de mamar.
 
Continua.  . .

Um Ômega DiferenteWhere stories live. Discover now