XX. All I fear means nothing

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Me questionando o que aconteceu, trato de me vestir adequadamente para sair finalmente de meu quarto. A ansiedade que sinto, com medo de algo ruim ter acontecido, me causa enjoo e dor de cabeça precipitada, porém finjo que esses incômodos não existem. Fingir é doloroso e me dá uma vontade de chorar, mas essa é minha vida,  não nasci para demonstrar fraqueza, tampouco chorar pelos os cantos por crises consideradas tolas.

Estou cansado de fingir.

Por culpa do meu cio, nenhuma empregada pode entrar em meu quarto se eu não avisar, e como estou com preguiça demais para gritar pelo o corredor para que alguém me vista, faço isso por mim. Afinal, eu não entendo porque alguém precisa me vestir adequadamente todos os dias, não sou algum tipo de boneco de vitrine para enfeitarem, e nem sempre preciso estar impecável. Somente não me oponho contra isso, pois por mais desagradável que seja para mim tem pessoas que vivem com essa função, e por mais simples que seja, é o que alimenta varias bocas.

Me olhando no espelho, me desagrado com o que vejo. Eu tento ser firme comigo mesmo e acreditar que sou bom do jeito que sou, mas é difícil quando há tantos problemas a sua volta que  jogam suas falhas até que você morra sufocado por elas. Eu queria ser mais forte, queria ser mais bonito, e desejo ser reconhecido, mas honestamente, me desgasta ter que fingir ser tudo isso para que o pior não me aconteça. Tenho esperança em um futuro melhor e isso que me mantém firme, porém me sinto em um limite, que eu não sei onde ele vai me fazer parar.

Estou cansado de esperar.

Não queria perpetuar esses pensamentos negativos, portanto simplesmente saio de meu quarto e ando pelos os extensos corredores até achar a escada e ir tomar meu café da manhã. Estranhamente, ando por todo o caminho sem ser parado por alguém me contando algo super importante, todos parecem ter sumido ou estão trabalhando em outras coisas. Isso deveria ser bom, porém, eu conheço  minha posição como rei, e sei que isso não muito comum.

Quando entro na sala de jantar, onde desfrutaria de meu café da manhã, vejo as empregadas arrumando a mesa e pondo alguns pratos pendentes desnecessários. Dou uma tossida fingida alertando a todas que cheguei, e assim que as empregadas notam, elas se alinham encostadas na parede, me dando espaço para comer. Eu não sei porque tanta comida para uma pessoa, sabendo que eu iria preferir comer somente uma maçã e algumas torradas.

Assim que me sento, começo a preparar minha refeição, pegando algumas torradas e passando geleias nelas, não tenho fome, mas para não haver desperdício eu botei mais algumas coisas em meu prato. Enquanto como, vejo a governanta entrando no recinto com sua típica cara desagradável, analisando cada empregada até chegar seus olhos em mim. Espero que ela se cale por um momento.

— Atrasado novamente, Jimin. Quando tomará jeito na sua vida, Park? — A mulher diz amarga em minha direção, recebendo de volta um olhar tão firme que faz todas as empregadas se remexerem.

Estou cansado de me calar.

— Me perdoe, senhora, porém acho que esse não é seu local de fala. Tomo conta de minhas decisões e você não precisa intervir-las. — Respondo friamente, me ajeitando na poltrona para olha-la no fundo dos olhos.

— S-Senhor, quer dizer, Vossa majestade! Estou repreendo para que você mantenha sua agenda organizada. Garanto-lhe que qualquer atitude minha é quase como de uma mãe com seu filho. — A governanta tenta parecer simpática, levantando seus olhos em medo, mas sorrindo tentando disfarçar o que sente por mim. Todas as empregadas mordem seus lábios se controlando para não rir, mas dou um olhar duro para todas, obrigando elas a ficarem quietas.

— Agradeço imensamente sua preocupação, contudo você é somente uma governanta, não é minha Mama ou uma empregada pessoal, seu objetivo é cuidar dos outros e não de mim. Além do mais, não me lembro de termos algum vínculo emocional para te dar o direito de me tratar como seus filhos. Sou sua majestade e exijo respeito, assim como todos os alfas que passaram por essa coroa e trono. — Após meu discurso ela abaixa sua cabeça em submissão e se curva como um pedido de desculpas, por alegria minha, a ômega sai da sala de jantar e vai para a cozinha.

Viva el Rey | jjk + pjmWhere stories live. Discover now