Capitulo 11

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Só o ciumes me faz saber se estou apaixonada.

-Marie La Fayette

 Estamos todos sentados no sofá, todos muito sutilmente desconfortáveis. Para ser exata, Janny estava com tédio enquanto Liam procurava insistentemente meus olhos.

- Então Janny, veio passear? - Questionei 

- Sim, e aproveitei para vir passar um tempo com vocês, soube das historias que aconteceram sobe este teto, e fiquei curiosa. - Seus olhos estavam com menos maquiagem desde nosso ultimo encontro, suas roupas eram como as que vendedores vestiam em manequins  e por algum motivo ela parecia gentil.

 Entretanto, escondido perto de sua face havia um pedido secreto para deixa-los a sós, não quis nega-lo. Minha pessoa e a pessoa que usa uniforme da policia federal durante a semana, não tinham nem se quer uma singela amizade, para que fosse explicável a minha raiva interior.

- Preciso ligar para Anne, e está ficando um pouco tarde então pretendo sair, foi bom reencontra-lá Janny. - Educação, é quase a mesma coisa que mentir descaradamente. Me apresso.

- Aonde vai? - Pergunta o Policial, porém logo é deixado, sem uma resposta.

 Entro no meu quarto. Abro o guarda roupa e escolho o vestido mais novo, e o jogo na cama. Entro no chuveiro, a água cai e se mistura com os destroços de minhas suposições. "O passado é como uma onda, quanto mais longe da costa estiver, com mais força irá chegar", lembro. Depois de eu colocar a maior parte do meu vestido escuto a porta ranger.

- Estou me trocando. - Falo, levantando por completo o vestido. - Sabe, preferia ser avisada quando for entrar no meu quarto, é bem fácil, feche a mão e bata na grande tabua de madeira em posição vertical, também conhecida como porta.

Sabia quem era, sem precisar virar para confirmar.

- Você fez uma tatuagem? - Pergunta, com um tom autoritário. Me fazendo pensar no pequeno desenho bem escondido no lado direito do meu corpo, encima das costelas.

- Não lhe interessa. - Falei.

- Posso ver o que é? - Pergunta. As vezes nem se quer sei se ele me escuta.

- Não. - Disse, tentando disfarçar o quanto aquela pergunta poderia revelar minha fraqueza.

- Eu e Janny, não estamos juntos... - Começou ele.

- Não sou terapeuta de casais, não é um problema meu! - Interrompo.

- Queria que você parasse de fingir que eu estar em um possível relacionamento não te incomoda. - replicou convicto.

- Queria que parasse de inventar ilusões, Liam. - Disse direta. - O passado não volta.

- Eu sei. - Sussurrou. - Janny quer saber se pode ficar aqui por alguns dias.

- Tem ótimos hotéis próximos. - Falei.

- E ela não pode ficar aqui por alguma razão especifica? - Tentou o Oficial, querendo me irritar. 

- Se ela deseja ficar aqui, minha permissão está concedida.  - Olhei para sua direção, talvez a primeira vez desde que Janny chegou. - Quanto tempo ela vai ficar?

- Não sei. - Respondeu ele.

- Onde ela vai dormir?

- Não sei. - Respondeu com um sorriso. 

- Estou indo trabalhar. - Avisou antes de sair pela porta.

Jeff chegou poucos minutos depois do Policial ir. Ele estava calmo, como quem resolveu uma equação para viajar no tempo, não que fosse algo que eu não estivesse vivenciando no presente.

 Fomos á uma das varias festas que ele produz no "CHIC" uma balada que ele gerencia. Não me lembro muito do que aconteceu, somente de quando fui embora. Que foi resumidamente, Jeff alegando que não beberia novamente, do relógio apontar sete horas da manhã,  dos meus sapatos estarem em minha mãos, de não ter ligado para Anne, e de chegar em casa, que não foi agradável, pois  no momento que girei a maçaneta, ainda debruçada em cima de meu querido amigo, apreciei o olhar fulminante de Liam pela pequena abertura da porta.

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