Capítulo 28

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O amor é uma bela flor à beira de um precipício. É necessário ter muita coragem para a ir colher.
-Stendhal

6 anos atrás.

- Mãe? - Grito no corredor. - Estou indo. Volto domingo.

Bato a porta, e corro em direção ao carro na minha frente

- Então vai nos dar a honra de sua presença? - Diz Gabriel no banco do motorista, tínhamos nos tornado praticamente irmãos depois do incidente na festa de Larry Bing, na qual eu briguei com a ex dele. Bem como fala o meu ditado, "Se quer virar amigo do seu primo, brigue com a ex namorada que quebrou o coração dele".

- É um fim de semana no sítio, não se acostume. - Digo apertando o som do carro. - Quem vai?

- Ah... convidei um monte de gente. - Fala assim que o carro começa a se movimentar. - E eu lhe diria se soubesse quem, mas meio que mandei mensagem para todo mundo.

- Só vou avisar que, não durmo no chão! - Ele revira os olhos.

Vamos encontrar os carros na entrada da estrada para seguir viagem juntos.

- Sua mãe disse alguma coisa? - Questiona assim que adentramos na direção do caminho.

- Sobre? - Distranco o porta luvas e pego uma bala que eu sabia que estaria ali.

- Mim. - Fala me fazendo ter um crise de riso.

- Você está preocupado com o que minha mãe acha de você?

- Bem... - Ele para analisando sua própria pergunta. - É que as mães sempre gostam de mim, mas a sua mãe é a única que toda hora que me vê faz uma careta.

- Ela é assim. - Digo encarando sua cara magoada. - Não é que ela não gosta de você, é que ela.... Sei lá.

- Eu nem sei porque me importo. - Diz parando perto de uma caminhonete surrada, e um carro prata.

- Temos um problema. - Começa um homem assim que reconhece Gabriel. - Não tem lugar para colocar as Meninas.

Uma mulher abre o portão e saí com uma enorme mala, numa caminhonete.

- Melhor colocar as coisas do seu carro na carroceria. - Fala uma voz similar. - E coloca o pessoal no carro. Ainda consigo levar uma pessoa.

- Tudo bem então. - Concorda meu primo me encarando com as duas únicas malas que estávamos levando.

- Manda as quatro entrar no carro. - Diz uma mulher se referindo ao carro em que eu estava.

- Três. - Interrompeu. - A Theri também vai comigo.

- Deixa que eu levo ela, você leva a família. - Um rosto conhecido de repente se completa com a voz.

- Gabriel. - Murmuro. - Não!

- Theri, vai com o Ricardo. - Parte de mim se sentiu estúpida  O quê? Achou que fosse o Liam?

- Okay. - Digo saindo do carro entrando na caminhonete a minha frente. Levo um susto quando me deparo com aquele que eu tinha achado que estava ali, mas era um Ricardo?

- Espera. - Grito em vão, enquanto meu primo se afasta rapidamente.

- Vai entrar ou vai ir a pé? - Pergunta ele atrevido.

- Quem é Ricardo? - Interrogo rabugenta, fechando a porta de metal.

- Eu. - Respondi indiferente.

- Por que Ricardo? - Ele está com o cabelo curto, um risco vermelho corta  seu rosto. 

- Porque dizem que sou o Ricardão das garotas. - Sorri, e eu tenho que me controlar para não deixá-lo de olho roxo.

- Vamos esclarecer uma coisa. - Diz, quando a caminhonete começa a andar lentamente.

- O quê? - Me esforço para transparecer desinteresse.

- O que aconteceu no acampamento. - As lembranças aparecem em minha mente, os beijos. - Não vai ser estranho né? Afinal foi um lance de uma vez.

- O que aconteceu no acampamento? - Respondo controlando uma raiva interior perigosa.

- Você sabe, ficamos. - O encaro com um olhar de estranheza. - Theri? Eu não estou louco, nós ficamos.

- É... - Faço uma expressão bem pior. - Você está bem? Quer parar um pouco? Você não está chapado né?

- O quê? Não! - Seus olhos me fuzilam. - Aconteceu! Nós beijamos.

- Se você diz! - Confirmo com certa ignorância. - Eu sou péssima de memória só me lembro de coisas importantes sabe?

Eu queria gargalhar com o olhar que ele me deu, no instante que proferia a palavra "Importante".

- Não foi memorável? - Fala, não respondo pois parece uma pergunta retórica. - Respondi!

- A desculpa, eu achei que estava falando uma fato não uma pergunta. - Vou ser jogada na estrada, penso. - A resposta é "Não".

- Vamos concertar isso. - Meu sorriso discreto para automaticamente.

- Concertar? - A caminhonete faz a mesma coisa que meu sorriso, e ele me puxa pelo braço, quase me arremecando inteiramente em cima de si próprio. Nossos lábios se tocam, meu estômago fica esquisito, seu gosto: Menta. Não consigo pensar em nada a não ser no toque de seus lábios, e sua mão em um lugar inadequado, ele morde um pedaço da minha boca e me aperta contra seu corpo. Era diferente. Só, diferente.

- Não vai esquece agora. - Liga o carro e começa a dirigir, me odeio pela minha expressão entorpecida, que ele adorou. - Mas, se esquecer, tenho dois dias para lhe lembrar.

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