Capítulo 32

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 O silêncio é o único amigo que jamais trai.

- Confúcio

De volta ao presente momento.

- Fomos em cada lugar dessa maldita cidade. - Gritou, apertando o volante como se fosse um pescoço.

- Ela se quer já veio até essa "maldita cidade". - Digo, o vendo furioso pela minha imitação.

- Na verdade. - Ele para, e a sua mente se distancia completamente. - Tem um lugar, que ela visitou uma vez, mas, foi a tanto tempo.

- Se ela visitou, vamos verificar. Antes dessa chuva horrível que vai cair. - Seu rosto mostrava o quanto não queria. - Não temos que estar em outro lugar, se não, nessa perseguição desnecessária, afinal.

Ele nem rosnou, quando terminei de falar, seus braços, pernas, corpo e qualquer outra coisa pertencente daquele ser, estava afastado, mesmo ali, dois centímetros de mim, e mais longe do que eu jamais poderia alcançar. Entramos numa rua isolada, e paramos sobre uma placa, "Cemitério Bom Descanso".

- O que fazemos aqui? - Questionei, pensando que o nome me era familiar.

- Anne. - Cuspiu somente, saindo do carro com o passo apressado, atravessou o gramado, Cumprimentou o guardinha como quem se conhece a tempos, entrou em um beco entre dois túmulos enormes e encarou o chão, e escrito em uma outra placa havia as palavras "Fernanda L. Moraes".

- Essa não é a sua...

- Sim. - Encarei ao redor, desviando o meu olhar da dor, que unificada a alma, resplandecia dele. - Nunca falamos dela.

- Você nunca conseguiu, sempre chorava ou corria. - Sibilei, com todo cuidado, como se as palavras pudessem perfurar.

- Ela era divertida, Theri, nos fazia rir o tempo todo. - Ele estava de costas a mim. - Sempre com aquelas piadas de mau gosto, sabe? "Pavê, é pra ver ou pra comer", mas quando ela dizia, era diferente, era feliz! Meu pai a amava tanto Theri, que quando ele a perdeu, um furo enorme no peito dele surgiu, e ficava maior, quase insuportável. - Se sentou perto dos tijolos que formavam a cama de descanso eterno de uma mãe. - Eles brigavam, quando ela estava viva, só que sempre conseguiam achar uma solução. Meu pai não conseguia viver sem ela, ainda não consegue, ele se tornou aquilo, porém eu quero que você saiba, quero que saiba que ele nem sempre foi aquilo. - Seus olhos se voltaram em minha direção, estava vermelho. - Ele se tornou porque perdeu aquilo que o fazia se sentir vivo.

- Por que  está falando isso? - As lágrimas queriam cair dos meus olhos, as contive, como se aquilo fosse a única coisa que me manteria em pé.

- Você sabe porque. - Murmurrou.

- O que aconteceu nesse ano em que não nos vimos?

- Não pergunte, sei que não vai querer saber a resposta. - Arrepiei.

- Então é isso? - Tremi, enquanto meu rosto se molhava com a chuva espessa que cobriu o céu rapidamente. - Você estava destruído como seu pai? Nesse ano. Eu estava quebrada Liam, e estava me consertando, estava conseguindo sair desse abismo que você é, que puxa tudo, que não deixa nada! Eu não tinha te esquecido, até descobrir que estava com outra, ou devo dizer "outras", então eu desisti. - Andei para fora do temporal, com os pés pesados e alma desgastada. - Saí com outro, "outros". - Abaixou a cara. - Esqueci você, esqueci! Não me diga que estava perdido, eu estava caindo, dentro desse buraco sem fundo que você consegue ser, tinha me acostumado com o sentimento em queda livre. O tempo passou! E eu decidi te esquecer, consegui! Palmas pra mim. Mas você não pode suportar a idéia de não acabar com minha vida, você voltou, voltou! - Empurrei seu corpo, bati em seu peito como se minha raiva fosse ele, entretanto, a raiva pertencia por perde-lo, a pele de Liam se avermelhou com meus tapas, ele não me segurava, não se movia.

- Por que? - Gritei com toda força que tinha.

- Porque eu não consigo parar de pensar nessa sua teimosia. - Ele finalmente, pegou meus braços e me empurrou para uma parede, longe de tudo, seja vivo ou morto. Estava quase sentindo seu gosto, estava perto, senti o desejo por ser beijada, porém fomos enterrompidos, antes dos lábios, da menta, e das algemas.

- Catherine? - Falou Anne. - Liam?

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Capitulo bom, ruim, péssimo, ou alguém me mate?.

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