Capitulo 15

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  Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima.

-Buda

7 Anos atrás.

 Depois de uma sentença, por vandalismo, alguns anos antes na minha cidade era obrigatório passar cerca de uma semana no acampamento militar Luis Fernando do Bondoro, e nessa época fui presa por pichação, o que ocasionou uma bela visita. Entretanto apesar de minhas ações criminosas, geralmente poderíamos apenas pagar e sair da prisão, porém por algum motivo  o Chefe do acampamento o senhor José Augusto, decidiu com veemência que desejava me ensinar bons modos, o que foi extremamente decepcionante para ele.

- Eu não quero ir. - Disse para minha mãe que estava com uma olhar imparcial.

- Mas você irá! - Respondeu girando o volante e me dando uma vista do que seria meus próximos dias. Que não foi nada bonito, era cinza a maior parte, muros muito altos e ainda com arame farpado, e muitos quilômetros de floresta, caso eu estivesse planejando uma fuga, o que eu estava fazendo.

- Por que? - Questionei ainda dentro do carro. - Nos sabemos que isso não vai me endireitar. 

- Não adianta. - Ressaltou ela pela milésima oitava vez. - Você vai descer desse carro, entrar nesse acampamento e pelo menos fingir não ser uma adulta indisciplinada.

- Não sou boa atriz. - Retruquei. - A boa noticia é que se voltarmos para cidade encontramos uma "Adulta" capaz de atuar brilhantemente por menos de 50 reais. 

- Ou. - Falou abrindo a porta do carro e tirando minhas malas. - Eu deixo você aqui, de graça, e você aprende a atuar, ou a não ser pega pela policia, ambos me parecem perfeitamente bom.

Jesse colocou minha coisas no chão e acelerou o carro indo embora.

  Seria um acampamento nas ferias o que significa, que haveria o minimo de pessoas naquele lugar, incluindo os "criminosos", ou seja, meu grupo. Logo na entrada havia oito pessoas de uniforme militar, e quatro pessoas do meu grupo, a maioria homem com apenas uma garota sem uniforme verde, eu.

 Logo notei a desvantagem, de oficias para criminosos, o que deixou claro que organizar um motim, não daria certo. Afinal, tinha dois oficiais treinados para cada criminoso desordenado.

- Atrasada senhorita Blanc! - Resmungou um militar que desconfiei ser o chefe. Permaneci calada. - Que tal uma explicação?

- Parece legal, mas não quero. - Sibilei, o que fez as duas pessoas próximas a mim rirem e aqueles afastados perguntarem o que minha maldosa linguá afiada disse.

- Parece que encontramos a "espertinha". - Falou outro oficial nas sombras, que eu não pude ver, entretanto a voz soava familiar. - Tudo bem, adoramos espertinhos.

- Bem, continuando o que eu estava dizendo antes de ser interrompido pela espertinha. - O chefe recomeçou, puxando o bigode de forma mal humorada. - Estes sãos aqueles que devem obedecer. 

 Minha mão trancou ao ouvir a ultima palavra. 

- Estando aqui, vocês estarão se livrando de 6 meses de prisão. - Continuo ele com um sorriso. - Porém depois de apenas alguns minutos notaram que adorariam a prisão.

Todos os oficiais ficaram em posição rígida.

- Cada um de vocês terá um monitor. Aquele que obedecera, respeitara, e nunca respondera. - Ele apontou para o primeiro da fila. - Todos aqui serão chamados de senhores! Vamos apresenta-los. 

Os grilos começaram a cantar e desejei correr.

- Este é o senhor Lucio, ficará responsável por Manuel Ferreira da Silva. - O criminoso pegou suas coisas e acompanhou o "Senhor" Lucio. - Este é a Senhora Marina, está responsável por Mauricio Santiago. - A mulher tinha o rosto nervoso. 

- Este é o senhor Carlos, está responsável por Leonardo João Pereira Santos. - Este oficial era o único ali que parecia gentil. - E por fim, Catherine Blanc, á espertinha, estará aos cuidados do senhor Liam. 

Minhas pernas congelaram. Naquela noite depois da festa de Larry Bing, foi a ultima vez que falei com ele, e isso fazia mais ou menos 2 anos.

Obs: Comentários serão Bem-Vindos.  

- Lu

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