Capítulo 31

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 Pedras no caminho? Eu guardo todas. Um dia vou construir um castelo.

- Nemo Nox.

Sou deixada sozinha, algo que eu devia começar a me acostumar. Subo as escadas e entro no meu quarto. O som das batidas do meu coração ecoam nos meus ouvidos, como ele consegue ser tão irritante? Como consegue me fazer respirar daquela forma tensa e perigosamente apressada.

- Theri? - Grita alguém à porta.

- Oi? - Respondo sem abrir.

- É a Maria, vamos fazer miojo, vem comer. - disse, depois de um quieto momento em que a escutei descendo as escadas.

Eu o quero. Não acredito que estou aceitando esse fato! Mas se ele acha que pode fazer joguinhos comigo sem ter volta. Ele não sabe de nada, absolutamente nada.

- Por que subiu? - Questionou Ju, assim que apareci.

- Estava sem fôlego? - Perguntou Liam, enquanto todos se voltaram para emcara-lo. - Ela disse que não conseguia respirar.

- Não, aquilo não era nada. - Respondi. - Já tive muito piores.

- Aconteceu do nada? - Questionou Gabriel. Enquanto admirava no canto dos olhos a mandíbula tensa do Senhor Liam.

- É, acontece sem motivos. - Sorri, querendo o fim daquela conversa.

- A bomba de água parou. - Resmungou Elias. - Quem vai lá ver?

- Eu vou. - Falei prontamente, pensando no cheiro bom de natureza que estaria exalando lá fora.

- Eu te acompanho. - Falou Liam.

Saímos, sem que ninguém percebesse.

- Quem? - A voz rouca reinou naquela sereno da noite.

- Que? - Apressei o passo.

- Quem lhe deixou mais sem fôlego do que eu? - A voz ficou ainda mais bruta. 

- Não lhe devo satisfações. - Virei em sua direção, andei dois passos perto de seu corpo. - Ciúmes?

- Não... - Murmurou encarando meus lábios.

- Pois eu acho que está. - Me aproximo ainda mais e quase encosto em seu rosto, com uma leve ajuda das pontinhas dos pés.

- O que... Está fazendo? - Ele engasga, e eu gargalho por dentro.

- Está assustado? - Questiono, me aproximando ainda mais. - Se eu fosse você, estaria!

O agarro pela sua camisa o encosto em uma árvore e o beijo, um beijo intenso e necessário para minha sanidade, suas mãos descem, assim que a surpresa se esvai. O solto e volto a andar normalmente, girando o botão da bomba, e o vendo com a boca levemente aberta, nos olhos? querendo mais, no orgulho? Talvez me odiando. O puxo lhe dando outro beijo na volta, sentindo nossos lábios selados, seu cabelo entre meus dedos, e suas mãos em lugares proibidos, porém nada podia falar, as minhas não estavam em locais apropriados também.

- Se eu pedir. - Começa Liam, assim que estamos próximos da casa. - Me beija de novo? Várias vezes? Até quando sairmos daqui?

- Pedi! - Ordenei.

- Esse pode não ser o nosso último beijo, e sim o começo de um número infinito? - Sorri, por estar no controle, e por estar perdida.

- Pode. - Adentrei, antes que me puxasse para outro incansável duelo de lábios, boca e mãos.

- Por que demoraram tanto? - Perguntou Maria.

- Nós nos perdemos. - Falei, tentando não ficar rubescida.

- Achei que nunca mais sairiamos daquela floresta. - Adicionou ele, cochichando o resto da frase em meu ouvido. - E eu adoraria.



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