Adore You.

17.0

A lava é formada por uma rocha liquefeita que se encontra embaixo da terra e quando exposta a altas temperaturas, ela borbulha e com isso, emerge para fora de um vulcão. 

Era claro que não conseguiríamos fazer lava. 

Mas Bruce havia nos ajudado a fazer uma lava genérica em pouca quantidade assim que chegamos a um laboratório em Wakanda. A quantidade presente de terra misturada com um pouco de água e esquentada até certo ponto havia virado algo muito parecido com lava. 

O único problema era Rebecca que tinha se recusado a usar os poderes por tanto tempo que ela mal conseguia controlar os ventos. Ou seja, apesar de Rebecca conseguir conduzir a "lava genérica", ela não conseguia fazer resfriar e solidificar com a rapidez que precisávamos. 

Claro que não culpamos ela e nós três, Eu, Hope e Clarisse, continuamos incentivando Rebecca a treinar. Também passamos a treinar luta de uma forma mais pesada e Bucky, Sam e Steve se ofereceram para ajudar a gente. No caso, mais elas do que eu, já que eu sabia lutar. 

Clarisse era a pior de nós em luta corporal, tendo em vista que precisamos explicar para ela tudo do começo: A forma que ela deveria socar, chutar, se manter em pé… Até mesmo o que significava "erguer a guarda". 

Tudo bem que ela nunca tinha entrado em uma briga, mas até eu sabia o que significava ter uma guarda. 

E eu juro que, enquanto eu assistia os seis treinando dentro de um cercado e um dos jardins de Tchalla, eu queria ser mais paciente, mas naquele dia, não deu. Se eu ficasse mais um segundo por lá com Sam e Bucky discutindo, Steve e Clarisse se irritando um com o outro porque ele estava ensinando muito rápido e ela aprendendo muito lento e Hope e Becca com cara de paisagem, eu enlouqueceria.

Enquanto isso, fui procurar a bendita biblioteca e, para minha não surpresa, achei o senhor Lee enfiado entre os livros, tão distraído que nem ao menos me ouviu chegar e quase partiu dessa para melhor quando me sentei na mesa ao seu lado. 

-Minha Nossa, Menina! - O Senhor Lee soltou uma risada, pondo a mão no peito. - Que susto! 

-Me desculpe! Não era minha intenção! 

-Tudo bem, tudo bem! Não há problema! - Ele me encarou, de lado e se inclinou para frente, falando baixo, tendo em vista que haviam outras pessoas na biblioteca nesse dia. - O que aconteceu? Você está com um rostinho bem transtornado! 

-É que está me irritando o fato de que ainda tenho que esperar dois meses para garantir que meu avô está fraco e sem a reserva dp que quer que ele extraía de nós, o fato de que as meninas não estão se empenhando cem por cento nos treinos, esse silêncio depois de sermos atacados… Eu não aguento mais essa enrolação! Por que não podemos só ir atacar?! 

O Senhor Lee segurou minha mão por cima da mesa e tentou sorrir. 

-Amber, já pensou que esse tempo pode ser uma vantagem mesmo? E que atacar agora pode fazer vocês perderem? E se não for só enrolação? 

Balancei a cabeça e dei de ombros depois. Meu olhar correu pela biblioteca inteira e focaram em um livro grande e vermelho. 

Eu não tinha cabeça para ler nada naquele minuto, mas também não conseguia ficar parada, olhando para o vazio e pensando mais do que minha cabeça suportava pensar. 

Voltei para a mesa e fiquei folheando as páginas por folhear. Suspirei alto. 

-Que saudade dos dias agitados da Livraria… 

O Senhor Lee sorriu, assentindo. 

-Pois é… Eu também estou. 

-Eu ainda vou trabalhar por lá quando isso acabar ou estou demitida pelo fechamento repentino?