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uando cheguei em casa, depois de segurar Ameixa no colo por alguns minutos, já que ela cismou que estava carente e era só eu a soltar, que ela miava como se estivesse matando a gata, achei na porta da geladeira um bilhete preso. 

Reconheci a letra de Rebecca assim que cheguei perto. No bilhete, dizia que ela tinha deixado uma lasanha congelada descongelando no forno e não tinha hora para voltar, já que tinha saído com Sam, mas que qualquer coisa, eu podia ligar para ela ou Sam e eles atenderiam na hora. 

Sentando no chão da cozinha e observando Ameixa dar piruetas em volta do ratinho de plástico, peguei o telefone e mandei uma mensagem dizendo para eles não se preocuparem comigo pois Hope ia passar a noite no apartamento. 

Eu até tentei fazer Natasha vir também, mas ela entendeu que aquele era um momento onde eu precisava da minha melhor amiga e Hope avisou que era só o tempo de trocar de roupa, e já estaria vindo. 

Enquanto isso, comecei a jogar o ratinho para Ameixa, ao mesmo tempo que colocava a lasanha no forno. O silêncio no apartamento estava me incomodando, então peguei o celular e liguei em uma música qualquer. A verdade era que as músicas desse século não me agradavam muito e as que eu gostava, me lembravam dele. 

Só que dessa vez, decidi enfrentar. Eu não podia fugir para o resto da vida da lembrança dele ou de Steve. Então, deixei o som preencher o ambiente ao observar Ameixa correr atrás do ratinho. 

As palavras de Tchalla ficaram ecoando na minha cabeça e eu sabia que ele tinha razão: Meu amor não havia morrido, embora a minha esperança, sim. Eu não queria me decepcionar, mas será que eu ia conseguir viver em paz comigo mesma se eu não fosse atrás deles? 

O timer em formato de galinha d'angola que apareceu aqui em casa e ninguém sabia quem tinha comprado (Bucky tinha certeza que tinha sido eu, eu tinha certeza que um treco feio daqueles tinha sido ele) apitou, me fazendo levar um susto. 

Levantei do chão e peguei um prato, apoiando a lasanha. Também peguei uma taça de vinho gelada e comecei a comer. Ameixa tentou, duas vezes, esticar a patinha pequena e puxar a lasanha, mas espetei ela com o garfo e ela recuou, desistindo. 

Foi o tempo de terminar a lasanha e botar a louça na pia, a campainha tocou. Andei até a sala e abri a porta, avistando uma Hope com um coque alto, um vestido verde limão e um casaquinho abóbora. 

-Onde é a festa à fantasia? - Perguntei, implicando com ela. 

-Engraçadinha! - Hope me ignorou e entrou na sala. -Oi, Neném! Vamos brincar com uma bolinha de neve?! 

Observei Hope erguer a mão e formar uma bola de neve macia e maior que Ameixa, que arregalou os dois olhinhos e largou o rato na hora, miando e se equilibrando sobre as patinhas. Hope rolou a bola de neve pelo chão da sala até o corredor. Ameixa miou alto e saiu pulando para atacar ela. 

Adore You.Where stories live. Discover now