Quando você vai para um país que você é incapaz de entender meia palavra do que está sendo dito, as conversas em torno de si se tornam extremamente desagradáveis, as pessoas soam como abelhas em uma colméia e tudo que você quer é que calem a boca para você conseguir um pouco de paz, sem se sentir um alienígena no meio dos humanos.
Minha cabeça latejava e meu pescoço doía, tenso. Minhas pernas ficaram dormentes, então, levantei da cadeira do corredor do hospital, onde eu estava sentada ao lado de Natasha e Tony. Os dois me encararam, alarmados, como se eu pudesse colocar fogo no hospital inteiro.
-Onde você vai?
Encarei Tony e dei de ombros, apenas, percorrendo o pouco espaço que nossas cadeiras ocupavam.
-Eu preciso andar.
-Vai fazer um buraco no chão, assim! - Tony comentou, casualmente.
-Deixa ela, Tony! - Natasha pediu, em um tom de voz baixo, como se eu não fosse ouvir.
Avistei um bebedouro no final do corredor e me afastei dos dois a passos largos. O resto da equipe aguardava notícias nos aviões disponibilizados pelo Governo para Coulson. Eu não fazia idéia de como tinha ficado o lance da chacina que fiz com aquelas pessoas, mas esperava não ser presa. Ao menos, não até acabar com o resto do meu objetivo.
Enrolei ao máximo naquele bebedouro, bebendo água e mexendo no celular. Vi as fotos do piquenique que Morgan e MJ fizeram naquele dia e um vídeo da minha filha dormindo agarrada com o patinho e o elefantinho juntos.
A saudade dela chegava a fazer meu peito doer e não tinha nem mesmo dois dias que eu tinha me separado dela. Eu esperava que não demorasse muito mais para ter ela de volta nos meus braços.
E que eu tivesse ela de volta também.
Olhei meu relógio e fiquei frustrada de só ter passado mais cinco minutos desde a última vez que eu o encarei.
Então, avistei Sam entrando pela recepção do Hospital e tentando gesticular qualquer coisa. Talvez a moça entendesse um pouco de inglês, porque mexeu no computador a seguir, colou um papel no peito dele e o deixou entrar.
Sam veio até mim, me abraçando forte. Nos encaramos.
-Eu sinto muito por não ter conseguido salvar eles, Amber. Eu juro que eu tentei, mas eu estava longe…
-Não foi culpa sua, Sam. - Dei de ombros.
-É, mas eu sinto como se fosse!
Ficamos em silêncio por alguns instantes. Ele interrompeu segundos depois.
-Como eles estão?
-A bala de Steve se alojou perto do fêmur e ele teve que operar. Ainda está em cirurgia, pelo que parece. O Bucky continua em cirurgia para tirar a viga do ombro. - Franzi a testa. - Como a viga atingiu o ombro dele, Sam?
-Aquela moça jogou como se fosse uma lança e ia atingir o Steve.
-Ah…
-É… - Sam concordou. - Mas se quiser saber, o tiro ia atingir o Bucky.
Revirei os olhos e sorri para Sam, que retribuiu o sorriso.
-Eles brigam mas não vivem um sem o outro, né?
-Ah, não mesmo! - Concordei.
Fizemos mais uma pausa, onde meus pensamentos foram longe e eu cheguei a me assustar quando Sam cutucou minha barriga.
-Hey, e o pessoal…?
-Mortos. - Informei. - Espero que eu não seja presa!
-Duvido muito! - Sam deu de ombros. - Escuta, vou lá dar uma força para a Nat, está bem?
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Adore You.
FanfictionSibéria. Dois mil e dezessete. Amber Johnson. Tudo começa quando, um ano após a Guerra Civil, Steve Rogers acaba fazendo uma descoberta com os Vingadores: A garota que ele era apaixonado antes de ser o Capitão América está viva e congelada em cri...