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No dia seguinte, refiz o caminho da noite anterior, nervosa e trêmula. Afinal, e se alguém tivesse me visto e, de repente, me reconhecesse? 

Ou pior... 

Se a polícia tivesse ignorado o chamado e os corpos ainda estivessem por lá? 

Tentei tirar isso da cabeça, afinal, eu não tinha matado eles... Ou tinha? 

Quando cheguei perto do beco, diminuí a velocidade e olhei para dentro. 

Nada. 

Soltei um pouco do ar que prendia nos pulmões e voltei a caminhar até a galeria. O Senhor Lee já tinha aberto as portas da loja e havia um pequeno burburinho enquanto alguns outros comerciantes se acumulavam na porta e conversavam com ele. 

-Ah, Amber! Que bom que você está bem! - Stan Lee se desvencilhou das outras pessoas e veio até mim, segurando minhas mãos. - Eu fiquei preocupado! 

-Preocupado? - Franzi a testa. 

-Você saiu tarde da loja e disseram que aconteceu uma tentativa de estupro... 

Tive que fingir estar surpresa, mesmo com meu coração martelando forte no peito. 

-Jura? E o que aconteceu? 

-Bem, disseram que uma garota encapuzada que desceu do céu salvou a garota. 

Franzi a testa. 

-Desceu do céu? Literalmente? 

Todos os comerciantes começaram a falar juntos e, pelo que entendi, ninguém sabia dizer de onde "a salvadora" veio, mas sabiam que ela conseguiu impedir o estupro e ainda "deu um pau" nos caras. 

Enfiei minhas mãos nos bolsos, para disfarçar o tremor, e indaguei se alguém sabia o que aconteceu com os criminosos. 

E tenho que confessar que, embora eu não fosse sentir tanto remorso assim, suspirei aliviada quando ouvi que eles foram para o Hospital e estavam presos. 

O trabalho naquele dia foi um pouco agitado por causa daquele assunto, mas continuava tão tranquilo quanto sempre. 

-Amber, menina... - Ergui o olhar para o Senhor Lee e sorri. - Aqueles livros? Está gostando? 

Assenti, empolgada. 

-Com certeza! É um ponto de vista da Guerra muito interessante! Mas o Senhor acredita mesmo que isso tudo seja verdade ou não passam de teorias? 

O Senhor Lee deu um típico sorriso de quem sabia mais do que falava e piscou o olho para mim. 

-Não é porquê é uma teoria, que não é verdade, não acha? 

Assenti e voltei para a leitura, esperando algum cliente entrar na loja, já que eu tinha arrumado ela toda e não tinha mais nada para fazer. 

As vezes, era chato ficar olhando pela janela e ficar vendo as pessoas passando de um lado para o outro enquanto eu estava preso dentro daquela loja. 

Eu tinha impressão de que estava perdendo tempo e podia estar fazendo algo mais importante do que arrumando livros, revistas, enciclopédias... 

Escutei a campainha da loja soar quando a porta abriu e abri um sorriso enorme ao ver Steve entrando. 

-Ai, caramba! Você veio! - Contornei o balcão e o abracei, dando um beijinho nele, rapidamente. 

-Eu disse que vinha te visitar esses dias, não disse? - Steve me deu outro beijinho e me soltou, olhando em volta. - Sabe de uma coisa? Já comprei livros aqui! 

Adore You.Where stories live. Discover now