Prólogo (0.1)

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Em algum lugar do Brooklyn, 1928.

Era uma tarde ensolarada e calorenta quando Steve Rogers e Bucky Barnes sentiram seus respectivos corações acelerarem ao mesmo tempo e quase sairem pela boca.

Steve, sentado na calçada da rua de casa, desenhando com carvão em um caderno, achou que poderia ter tido um ataque de asma.

Enquanto Bucky, não conseguia mesmo respirar, levando as duas mãos a boca e olhando para a cena provocada por ele mesmo.

Ela era linda.

Claro que não parecia tão linda assim, furiosa, segurando uma bola de futebol e se levantando do chão.

Mas todos os oitos menino presentes na rua, com idade entre seis e doze anos, chegaram em um consenso silencioso de que, sim, a garota que tinha acabado de sair de dentro de um carro, com um vestido rosa bufante e uma expressão furiosa, era realmente linda.

Steve chegou a deixar o carvão cair no chão, a observando. Era a menina mais linda que já tinha posto os olhos.

Tinha os cabelos escuros compridos e lisos e o corpo magro, levemente bronzeado.

Bucky achou que o nariz fino e arrebitado faziam-na parecer alguém metida. Mas foi só quando ela chegou perto dele, que sentiu que ainda prendia a respiração.

-Mas quem foi o idiota?!

A voz fina e infantil quebrou o silêncio que se instaurou desde que Bucky Barnes tinha chutado a bola à gol erroneamente, fazendo com que ela fizesse uma leve curva para a direita e atingisse a cabeça da garota. Com o efeito, ela caiu para frente, de quatro no chão, e o efeito foi um arfar coletivo.

Todos os garotos que estavam jogando futebol, com exceção de Steve Rogers que apenas assistia, devido a sua saúde fraca, apontaram para Bucky ao mesmo tempo.

A garota chegou mais perto ainda. Bucky reparou que ela tinha olhos claros, meio castanhos, meio esverdeados e uma boca grossa.

Essa foi, oficialmente, a primeira vez na vida, que Bucky reparou, admirando, a boca de uma menina.

Ela era baixa, batia, literalmente, no queixo de Bucky, mas isso não o impediu de dar dois passos para trás, com medo da expressão dela.

Steve chegou a soltar uma risada baixa com a cena. Era a primeira vez que via Bucky com medo de apanhar de alguém. E era de uma menina que ninguém sabia quem era.

-Vê se olha por onde joga essa bola, seu imbecil! - A garota bateu com a bola no peito dele, com força.

Os meninos exclamaram um sonoro "Uuuuh!".

-Hey, espera aí, garota! - Bucky protestou, segurando o pulso da menina. - Quem você está chamando de imbecil?!

Ela ergueu uma sombrancelha e o encarou, com um sorriso de lado. Ergueu o queixo. Bucky cruzou os braços, largando a bola.

-Você. Está vendo mais algum imbecil jogando bola por aqui?

Risadas explodiram pela rua. Steve tampou a boca, controlando o riso, ao ver Bucky ficando vermelho até na ponta das orelhas. Pensou que adoraria fazer amizade com ela. Talvez, até fosse perguntar o nome da garota.

-E por acaso, espertona, você pecisava passar exatamente no segundo em que eu joguei a bola?!

Ela revirou os olhos.

-Caso não tenha percebido, há um caminhão de mudança alí. Então, sim! Eu precisava! Você quem devia controlar os pés! Panaca!

Bucky ficou ainda mais vermelho com a nova onda de risadas dos companheiros de time. Chegou a abrir a boca para retrucar, mas a mãe da menina apareceu na porta do prédio e a chamou.

Adore You.Where stories live. Discover now