Capítulo 1

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Capítulo I

Wiltshire, 1817

Pansy Parkinson retornava aos estábulos da Mansão Malfoy em Wiltshire. Ela havia passado a manhã inteira e boa parte da tarde cavalgando, subindo e descendo as colinas que faziam parte da propriedade e estavam nos arredores. Era o seu modo de desanuviar a mente da enorme tristeza que ela sentia.

Ela se aproximava da entrada dos esábulos quando viu o jovem lorde Malfoy ali parado. Recostado na entrada varanda e no caminho para os estábulos da mansão, o nobre tinha os braços cruzados sobre o tórax e uma expressão nada simpática no rosto. Pansy podia ver o rosto desdenhoso do sétimo conde Malfoy. Não podia imaginar por que Draco a esperava, a não ser, é claro, que quisesse atormentá-la, como sempre. Ela vinha montada em Tempestade, o cavalo favorito dele.

- Cavalgando Tempestade outra vez? – Perguntou irritado o jovem loiro.

- Desculpa se levei seu cavalo para se exercitar. Não vejo o porquê de não o fazer, já que você pouco o faz. – Pansy respondeu malcriada.

O rosto masculino adquiriu uma expressão mais carrancuda e Pansy, à medida que se aproximou dele, reduziu a velocidade do cavalo.

- Por que pegou Tempestade, se sabe que não gosto? - perguntou ele.

Gostava de vê-lo irritado, teve que admitir para si mesma.

- Talvez porque eu queria uma pequena vingança.

- E pelo quê você quer se vingar de mim?

- Talvez por ter me forçado a dançar naquele baile. – Pansy respondeu acanhada.

Um brilho divertido surgiu nos olhos cinzentos, enquanto Pansy o encarava desafiadoramente desmontado do cavalo.

- Devo confessar que vê-la tropeçar, trocando as pernas no meio do salão, foi a minha maior diversão durante a noite. – Ele tinha um sorrido de canto de boca.

- Então, pode compreender perfeitamente o motivo pelo qual não hesitei em pegar Tempestade. Além do mais, o que importa? Você tem uma dúzia de outros cavalos.

- Tempestade é um puro-sangue, dos melhores cavalos!

- Oh, puro-sangue! - exclamou, sarcástica, enquanto puxava o cavalo e parava em frente a ele.

- Você não valoriza isso porque não reconhece coisas de boa qualidade. Mas, me recuso a discutir com você - disse ele. - Pelo menos, não agora. Só vim para lhe dizer que o sr. Dawlish chegou.

- Pensei que ele só viesse às quatro horas. – Pansy murmurou confusa.

- Eu também. Mas já está aqui. Todos da família já estão.

Um sorriso espontâneo surgiu na face máscula e Pansy pren­deu a respiração, por razões totalmente alheias à sua compreensão. Não sabia o porquê, mas, nos últimos tempos, quando ele lhe sorria, sentia-se desconfortável. Chegara a se preocupar se havia contraí­do algum tipo de doença estranha. Contudo, os sintomas tendiam a desaparecer quando Draco se afastava.

Naquele instante, um pingo de chuva caiu no topo da cabeça dela e só então Pansy percebeu que havia perdido o chapéu. Não que se preocupasse muito com isso. Só o usava para evitar os sermões de lady Black, tia de Draco, sobre seu modo de se vestir. Isso havia desviado sua atenção do sorriso de Draco.

Pansy se deu conta de que estava enlameada, por ter passado horas cavalgando após vários dias chuvosos, por isso seu vestido estava sujo de lama até as coxas. Ela retirou uma folha dos cabelos e soltou um gemido abafado. Mudar de roupa era uma tarefa simples, mas os cabelos requeriam trabalho de mais de uma hora em frente à penteadeira para escová-los e deixá-los apresentáveis depois dela ter cavalgado com ele solto.

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now