Capítulo 20

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CapítuloXX


Na noite de sexta-feira, Draco sentou-se à mesa do clube em companhia de seus queridos amigos. Com mais uma ou duas taças de vinho do porto ele estaria embriagado e, a julgar pela postura de seus companheiros, o mesmo se daria com eles.

- Pansy - disse com voz embargada - se casará amanhã. E com você meu caro Blaise! Faço questão da presença de todos vocês outras lá. Mesmo pequeno, será um grande evento.

Um gemido de desapontamento foi ouvido por toda a mesa.

- Gostaria de ter sido o escolhido - manifestou-se Terence, girando o grande anel de esmeraldas que ostentava no dedo médio. - Ela é linda, sempre foi, mesmo antes de vir para Londres, quando vocês a chamavam de pequena bruxa.

Draco soltou uma gargalhada estridente.

- Era essa a aparência que tinha. Há alguns séculos, com aque­le cabelo que usava, teria sido amarrada a pedras e jogada ao mar para ver se boiava.

Lorde Harry, recuperado dos ferimentos, piscou várias vezes para focar os amigos.

- Eu a amava, embora ela não tivesse acreditado. Aquelas lindas pernas... - disse com expressão sonhadora. - Já a viram ca­valgar sem sela?

Um outro tipo de suspiro fez-se ouvir à mesa. Draco sorriu malicioso, recordando a última vez que a vira cavalgar nesse estado. Lembrava-se muito bem das pernas bem desenhadas e grossas de Pansy.

- Ela não queria vir para Londres - afirmou, medindo as pa­lavras. - Acho que desejava ficar em Malfoy para sempre.

- Ela ama os campos ao redor de sua residência – interveio Blaise. – Tenho receio que ela não venha a apreciar Kent. As terras onde fica localizada minha residência são muito planas e não tão belas quanto as suas.

- Kent não é tão plana. Há muitas curvas na parte norte - opinou Adrian.

- Assim como Pansy - completou Blaise e todos pu­seram-se a rir.

Draco se empertigou, tentando se recompor.

- Não permito que falem de Pansy dessa maneira vulgar.

- Oh, desculpe-nos. Esquecemos que está apaixonado por ela.

- O quê? – Draco perguntou atônito.

- Eu sei meu caro amigo, o que você sente por Pansy. Na verdade, todos nós sabemos. Então diga-nos. Por que não se casou você com ela? Por que deixou que eu a pedisse em casamento? – inquiriu Blaise.

- É verdade. Por quê? - perguntou lorde Harry.

Draco recostou-se na cadeira um pouco atordoado, encarando os amigos como se esperasse que eles dissessem que era uma brincadeira.

- Não estou apaixonado por ela. – Ele afirmou exasperado.

Tal argumento foi recebido pelos amigos com grande chacota. Ele percebeu, apesar de seu estado de embriaguez, que todos acre­ditavam que ele estava de fato apaixonado por Pansy.

- Não importa o que pensem - contestou Draco. - Ela não serve para ser a senhora de Malfoy Manor. Ficará melhor com você, Blaise.

Vários protestos foram ouvidos à mesa ao mesmo tempo que alguns objetos foram lançados em sua direção.

- Devia sentir vergonha do que falou. Pansy é uma deusa - argumentou lorde Harry. - Serviria para ser a rainha do pa­lácio de Zeus no Olimpo. Quanto mais para sua residência em Wiltshire!

- Concordo - interveio Terence, pendendo a cabeça.

- Eu também! - apoiou Blaise. - Pansy seria uma esplêndida senhora de Malfoy Manor, como será senhora de Zabini Manor depois de nos casarmos.

- Acham mesmo? - questionou Draco.

- Óbvio! - sir Adrian e lorde Harry responderam em uníssono.

- Bem - começou Draco - sempre pensei em lady Astoria para esse posto.

- Não faça isso! - gritou Terence.

- Por que não? Ela é tão elegante quanto era minha mãe, e a senhora da mansão requer graça e aprumo.

- Lady Astoria parece uma estátua de pedra - argumentou Blaise. - E suspeito que ela seja assim em todos os aspectos.

- Não o entendo Blaise. Vai se casar com Pansy amanhã e, no entanto, está me fazendo pensar nela como uma possível candidata a esposa. Acaso desistiu de se casar com ela?

- Eu jamais faria isso. Eu me casarei com Pansy, mesmo sabendo dos seus sentimentos por ela. É que não me conformo com o fato de você não se dar conta de seus sentimentos, ou mesmo de como Pansy é majestosa, espontânea e cheia de energia.

Algo, em sua maneira de ver o mundo, parecia estar mudando, mas estava tudo muito confuso e nublado. Ele não queria pensar sobre nada disso agora. Especialmente quando o objeto daqueles pensamentos estava prestes a se casar com seu melhor amigo.

- Acho que está na hora de ir para casa. Vocês deveriam fazer o mesmo, ou perderão o casamento amanhã. Boa noite! - Ergueu-se com difi­culdade.

- Fuja o quanto quiser, mas um dia esses sentimentos vão lhe assombrar e você vai se lamentar por ter deixado que ela saísse de sua vida. – Lorde Potter concluiu, oferecendo um brinde ao loiro.

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now