Capítulo 14

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Na manhã seguinte, Pansy passeava ao longo do Hyde Park de braço dado com lorde Zabini.

- Está apreciando a temporada em Londres?

- Mais do que esperava. - retrucou Pansy, com sinceri­dade.

- Draco nos contou sobre a sua resistência em vir para cá. Que sempre recusou a ideia por achar que ficaria entediada.

Ela o fitou, pensativa. De todos os rapazes que conhecera, lorde Zabini era o de que mais gostava. Era tão alto quanto Draco, mas o cabelo era mais fino, curto e escuro, e os olhos eram castanhos, além da pele morena. Ele era bonito a seu modo, além de inteligente e espirituoso. Ela gostava da presença dele, da companhia e das conversas.

- Pois estava errada. Não conhecia o prazer de dançar e frequentar saraus festivos. Agora percebo que perdi muito tempo.

- Saiba que sua presença é muito bem-vinda. De minha parte sinto-me inebriado com sua companhia. É gratificante estar com uma dama de sorriso espontâneo, cujo olhar e ações não são mi­nuciosamente calculados para causar boa impressão. Você possui uma das qualidades que mais aprecio, a espontaneidade. É sempre natural.

Pansy sorriu.

- Draco costuma dizer que esse é o meu maior defeito. Acha que eu deveria ser mais discreta. As tias dele transformaram minha aparência para que pudessem me apresentar à corte, mas não puderam fazer muito quanto a minha natureza. No entanto, no geral fizeram um bom trabalho, não acha?

Lorde Zabini confirmou com a cabeça, enquanto a guiava para um recanto mais ermo.

- Peço que não me considere atrevido, mas necessito perguntar algo. É verdade que deve se casar para poder herdar sua herança?

- Sim. Infelizmente.

- Não entendo por que lorde Malfoy lhe impôs essa con­dição. Era tão devotada a ele como seria uma filha legítima.

- É muito gentil de sua parte, milorde, mas ele deve ter tido seus motivos, os quais eu desconheço.

- Por favor, dispense as formalidades. Chame-me apenas de Blaise. - O nobre a fitava com tanta intensidade que a fez se perguntar se ele não estaria apaixonado por ela. - Apesar de tal imposição, acredito que não esteja tendo dificuldades. Por certo não lhe faltam pretendentes. E pelo que sei, a senhorita já dispensou um de meus amigos duas vezes, além do jovem Adrian.

- É verdade, mas isso me deixa ainda mais preocupada com minha situação.

- Consideraria a possibilidade de me aceitar? - perguntou Blaise em tom suave. - Desde que chegou em Londres, sin­to-me bastante atraído pela senhorita.

- Trata-se de um pedido formal?

- Ainda não - redarguiu o lorde. - Meu orgulho não resis­tiria a uma rejeição como a que sofreram os outros. Meu sofrimento seria maior, já que estou mais envolvido do que eles.

Pansy anuiu com um gesto de cabeça em silêncio. Ela estava começando a considerar a possibilidade de aceitar o pedido se ele o fizesse. Na verdade, ela vinha pensando nisso constantemente. Considerava Lorde Zabini um rapaz responsável, que não iria gastar sua fortuna ou impedi-la de ter acesso. Por outro lado, ela ainda não sabia se ele permitiria que ela fizesse as viagens que tanto queria mundo afora. Ela ainda tinha o que considerar.

- Considerarei sua quase proposta. De todos os amigos de Draco, o senhor é com quem mais gosto de conversar e estar.

- Fico feliz que seja assim. E como lhe disse antes, sinto-me atraído pela senhorita e há algo que gostaria de lhe pedir - disse ele, estacando e virando-se para encará-la. - Permitiria que eu a beijasse?

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now