Capítulo 12

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Capítulo XII

Na manhã seguinte, ladeada por Draco e lady Lestrange, en­quanto caminhavam pelo Hyde Park, Pansy tinha a mente bem distante dali. Por mais que tentasse se concentrar, seus pensamentos vol­tavam aos acontecimentos da noite anterior. Sabia que Bella ainda estava bastante aborrecida com o ocorrido. Apesar de ambos terem se desmanchado em pedidos de des­culpas, a anciã só recuperou o ânimo depois de receber diversas saudações de amigos preocupados com sua saúde antes do início da missa.

Pansy não conseguia se lembrar do que acontecera no jardim de inverno, sem corar. Nunca imaginara que a costumeira brinca­deira de gato e rato resultaria num extraordinário beijo. Um sorriso débil curvou-lhe os lábios. Pansy levou a mão à testa e fechou os olhos, tentando entender o que significava tudo aquilo. Seria possível estar apaixonada por Draco? O que ele estaria pensando sobre aquele beijo?

Draco notou a inquietação de Pansy. Sua tia já a fitara por diversas vezes. Mais um pouco e ela seria chamada a atenção. Mas ele não poderia julgá-la. De sua parte ele também se encontrava inquieto. Se ao menos não tivesse sucumbido ao enorme desejo de beijar aquela criatura malcriada! Ou se não tivesse lhe rasgado o vestido! O incidente poderia ter passado despercebido a todos, até mesmo à sua tia.

A culpa fora de Pansy. Ela sempre tivera o poder de tirá-lo do sério. Por outro lado, sabia que a levara para o jardim de inverno por livre-arbítrio e adorou cada momento que passaram lá. A forma como ela correspondera ao beijo, o cheiro que ela tinha, o gemido ao dizer o nome dele. Parecia que praticavam aquela sincronia havia anos. Na primeira vez que a beijara, ela fora apenas receptiva. Mas na noite anterior ela se comportara com total entrega do dia anterior, tanto que ele poderia ter feito uma besteira.

Algum tempo depois do jantar, quando lady Lestrange já havia se reco­lhido ao quarto, Draco a convidou para ir até o seu escritório. Eles estavam a sós na casa, suas outras tias estavam em seus próprios lares em Londres.

- O que deseja?

- Está tão mudada - disse, fitando-a admirado. - Às vezes duvido se é você mesmo.

Ela caminhou até a janela do escritório, encarando a paisagem lá fora.

- Não mudei por dentro – Pansy afirmou. - Foi por isso que o encorajei a brincar de gato e rato no jardim de inverno dos Rosier. – Franzindo o cenho, ela o questionou. – Lorde Nott e lorde Zabini estão vindo para cá. Estava os esperando?

Draco encontrava-se sentado à escrivaninha de mogno com os braços cruzados sobre o peito.

- Não. Deve ser uma cortesia a você. Posso saber por que está com essa expressão?

- Acho que os dois querem casar comigo, ou pelo menos com minha fortuna. E isso me faz lembrar que meu prazo está se es­gotando.

- Responda-me com franqueza. Acha que eles lhe servem como maridos? – Draco questionou incomodado.

Pansy exibiu um sorriso luminoso.

- São perfeitos cavalheiros e afeitos aos esportes como eu. São coisas em comum. Acha que devo levar em conta o amor ao escolher um dos meus pretendentes?

- Quem sou eu para dizer? Nunca me apaixonei antes.

- Nem mesmo por lady Astoria? – Disse Pansy virando-se para encará-lo. - Pensei que fosse fascinado por ela.

- Eu também pensei. – Declarou se erguendo. - Venha, vamos recebê-los.

- Só com a condição de jogarmos bilhar.

- Combinado.

Eles caminharam até a porta, mas, em vez de abri-la, ele se virou para encará-la.

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now