Capítulo III
Pansy chorou muito durante a tarde. Seus sonhos maravilhosos de uma vida inteira findaram súbita e abruptamente. Agora não sabia o que esperar do futuro e o simples pensamento de arrumar um marido a fazia estremecer.
Várias horas depois, quando as tias de Draco se recolheram para o tradicional descanso da tarde, Pansy julgou estar recuperada do choque e saiu à procura de Draco.
Ainda lhe restava um fio de esperança de que algo poderia ser feito para libertá-los daquela desagradável situação e após horas ponderando algumas idéias, pretendia apresentá-las a Draco.
Decidida a mudar sua triste realidade, caminhou pelos longos corredores da mansão, passando por diversos cômodos antes de encontrar o loiro aristocrático no terraço, lendo um livro de Shakespeare.
Pansy achou aquilo bem conveniente, visto que Shakespeare era dado a tragédias e era justamente aquilo que se passava com eles agora.
- Dentro de mais alguns instantes não terá luz suficiente para continuar a leitura - disse ela, puxando um xale espesso sobre os ombros e caminhando até o peitoril, olhando para as colinas.
- É verdade. Já tive que fazer um esforço enorme para enxergar durante os últimos minutos. - Ele fez uma pausa. – Na verdade foi um esforço não apenas por isso. Como está se sentindo, Pansy? Sua... quero dizer, nossa... situação não me saiu da mente um segundo sequer.
Pansy virou-se para ele, encarando-o.
- Não me lembro de me sentir tão triste em toda a minha vida. Derramei mais lágrimas esta tarde do que a querida Astoria teria chorado em um ano. Não posso acreditar que seu pai, a quem eu tanto amei, decidiu me presentear com um destino tão infame.
Pansy suspirou. Draco fechou o volume e a encarou.
- Eu entendo seu desejo, mas não a forma como ele fez tudo isso.
- Eu queria mesmo discutir esse assunto. Acha que podemos recorrer judicialmente?
- Eu sim, mas você não. Meu pai era seu único tutor e só ele teria plenos poderes para agir. Terá de se casar.
- Muito bem.
Pansy deu um longo suspiro e caminhou até uma cadeira, puxando-a e se acomodando próxima a Draco. Ela apertou as mãos nervosamente e então o encarou.
- Quer se casar comigo, Draco?
- Como? – Ele perguntou espantado.
Pansy inclinou-se para frente e pousou a mão sobre a dele, que segurava o livro recém fechado.
- Poderíamos nos casar e nos separar depois de algumas semanas, ou meses, como seja possível. Eu herdaria minha fortuna, você a sua. Eu partiria logo depois em viagem e você nunca mais ouviria falar de mim!
- Oh Pansy, se era só isso esqueça! Haveria um terrível escândalo. Eu não me importaria nem um pouco, mas e minhas tias, tios, primos? Teria coragem de lhes causar tamanha decepção e desonra?
- Sim - respondeu ela, sentindo um nó na garganta outra vez. - Não tenho culpa da fatalidade que se abateu sobre mim, sobre nós. Eu amava seu pai. Dediquei-me a lorde Malfoy como uma filha e ele me deixou nessa situação que sabia que causaria sofrimento...
Draco baixou a voz e cobriu a mão de Pansy com a sua de modo envolvente.
- Teria coragem de ferir os outros com tanta facilidade Pansy?
Duas lágrimas escorreram pelo rosto feminino. Pansy não se incomodou em escondê-las.
- Sim - respondeu, num fio de voz.
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Procura-se um noivo - DRANSY
FanfictionPansy Parkinson só receberá a herança de seu falecido tutor, conde Malfoy, depois de casar. Draco, filho do conde, só receberá sua fortuna quando Pansy for casada. Enquanto a desajeitada Pansy busca o noivo perfeito, Draco encontra o verdadeiro amor...