Quatro dias depois, Draco sentou-se em seu escritório, olhando para a carta que seu administrador lhe enviara, sem conseguir ler uma palavra. Quase não vira Pansy nos últimos dias e começava a imaginar o que estaria acontecendo. Ela havia se recusado a acompanhar tia Bella nos últimos eventos sociais e naquela manhã escrevera um bilhete que enviara à sua tia no café da manhã, informando-a de que não iria comparecer no baile de máscaras daquela noite. Aquele fato lhe causara espanto, pois sabia que Pansy estava ansiosa pelo evento. Uma batida suave à porta arrancou-o de seus devaneios.
- Pode entrar.
Quando a tia adentrou o aposento, ele se recostou na cadeira.
- Oh, é a senhora - murmurou.
- Esperava que fosse Pansy? - inquiriu-o, atravessando o escritório.
Ele apenas sorriu.
- Não - respondeu, meneando a cabeça. - Mas por que está soando tão magoada?
- Estou? Pois não tinha a intenção. Só queria lhe dizer que os trabalhadores chegaram e ouvi Pansy mandá-los sair de seu quarto. Tem muito trabalho a ser feito lá. Imaginei se não poderia falar com ela.
Draco franziu o cenho, avaliando a expressão da tia. Parecia um tanto dissimulada, o que o deixou desconfiado.
- Ela deve ter suas razões para não os querer lá.
Lady Lestrange aproximou-se de sua mesa.
- Muito bem. Já vi que não posso ser sutil com você.
- Sabe muito bem que não.
- É muito parecido com seu pai. Era tão cego que não conseguia ver o que estava bem embaixo de seu nariz.
- E o que não estou conseguindo enxergar?
- Que Pansy já escolheu um marido e em breve nos deixará.
Aquelas palavras o atingiram como um soco na boca do estômago. Piscou várias vezes, tentando digerir a informação.
- Está enganada - disse, por fim.
- E de que outra maneira explica a conduta dela?
- Está se referindo à sua recusa em comparecer aos últimos bailes?
- Mais do que isso. Tem saído de casa bem cedo todos os dias e volta com dúzias de pacotes.
- A maioria das damas londrinas faz isso - Draco argumentou, começando a se sentir desconfortável.
- Não Pansy. Sempre tive de suplicar para que ela me acompanhasse a Bond Street para fazermos compras. Algo está errado. Pode acreditar.
- Por que não lhe pergunta, já que está tão aflita?
- Já o fiz. Ela desconversou, beijou-me a face, disse-me para que eu não me preocupasse com seus problemas e de maneira delicada me dispensou. Quando tentei insistir, Pansy colocou as mãos em meus ombros e guiou-me para fora do quarto.
- Merlim! Ela está aprontando algo.
- Isso mesmo.
Antes que pudesse perceber estava de pé, disposto a acatar o conselho da tia. Depois de subir as escadas de dois em dois degraus e atravessar o corredor apressadamente, chegou à porta do quarto de Pansy.
- Você está aí? Abra, é Draco. Posso falar-lhe um momento?
- Claro. Entre! Preciso mesmo lhe pedir um favor.
Draco a tinha evitado nos últimos dias, mas agora não conseguia resistir ao encanto daquela mulher. Pansy estava próxima à janela, trajando um vestido de verão com estampa colorida em verde e pêssego. As mãos unidas à sua frente. Os cabelos negros e longos caindo revoltos sobre os braços. Era a pura encarnação da beleza, mesmo sem o auxílio do pó-de-arroz e do ruge.
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Procura-se um noivo - DRANSY
FanfictionPansy Parkinson só receberá a herança de seu falecido tutor, conde Malfoy, depois de casar. Draco, filho do conde, só receberá sua fortuna quando Pansy for casada. Enquanto a desajeitada Pansy busca o noivo perfeito, Draco encontra o verdadeiro amor...