Capítulo 5

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Capítulo V

- Os cavalheiros estão chegando - anunciou lady Jane, com um sorriso que suavizava suas feições normalmente severas.

Pansy sentiu um aperto no estômago. Seria a primeira vez que participaria de um evento social. Estava ansiosa. Toda vez que se olhava no espelho, Pansy se beliscava para se certificar de que a imagem refletida era ela mesma. Jamais pensara que pudesse parecer tão diferente, apenas pelo simples fato de ter cortado as pontas dos cabelos, afinado as sobrancelhas e estar usando uma maquiagem leve para deixar o rosto mais corado. Ah! Não podia esquecer o adorável vestido azul claro que lhe valorizava as formas.

No início, Pansy relutara em aceitar as escolhas das tias de Draco, mas ago­ra, sentada em frente ao espelho, tinha de admitir que jamais es­tivera tão bem, tão diferente e tão bonita! Era um milagre, realmente! Lady Eleanor, lady Jane e Lady Bella realizaram um verdadeiro milagre nela. O que Draco pensaria dela? Esperava que ele não fizesse piadas de sua tentativa de ser uma dama. Na verdade, esperava que ele chegasse a tempo. Tinha chovido muito durante a noite e ela não tinha certeza se ele chegaria a tempo.

- Podemos nos transferir para a sala de estar? - sugeriu lady Jane. - Suponho que os cavalheiros se juntarão a nós assim que puderem.

Pansy se ergueu da cadeira, alisou a seda azul do vestido e deu um puxão final nas luvas pretas. Sentia-se estranha, como se pela primeira vez na vida fizesse parte da sociedade na qual nas­cera. E havia um sentimento de conforto naquela sensação, que a agradava e surpreendia ao mesmo tempo. Ela não conseguia explicar.

Alguns minutos depois, sentou-se ao lado das tias de Draco em um dos confortáveis aposentos da mansão, a sala de estar verde, como era conhecida, e que era a sua favorita. Passara muitas horas felizes com lorde Malfoy naquele cômodo. Que saudade sentia dele! O que diria Lorde Malfoy se a visse assim transformada?

A constatação de que sua mudança de aparência era tão pro­funda fez Pansy sentir uma onda de temor. Aquela não era a vida que escolhera para si. Não pertencia àquele mundo. Ela tinha se deixado conduzir. Se fosse uma pessoa mais determinada, simplesmente teria virado as costas à sua herança e se lançado no mundo. Porém, não se sentia capaz de tomar tal resolução. O mundo era um lugar impiedoso para mulheres, ainda mais sozinha e sem posses. Teria que se conformar e fazer o melhor possível com essa situação. Se Draco ao menos concordasse em se casar com ela, tudo seria mais fácil. Pensativa como estava, Pansy não viu quando o loiro chegou.

Draco foi o primeiro dos cavalheiros a entrar na sala de estar. Sua expressão era bastante agradável, amigável mesmo, mas quando seu olhar pousou em Pansy, empalideceu e exclamou:

- Meu Deus! - Cruzando a sala na direção dela, perguntou: - Isto é possível? É você mesma, Pansy?

Ela se curvou em uma rápida e graciosa reverência e se ergueu em seguida.

- Srta. Parkinson, a seu dispor, milorde.

O conde a encarou durante algum tempo.

- Sempre achei, ou pelo menos, sempre acreditei que você poderia se transformar em uma joia rara. Está de parabéns por isso. Realmente Pansy, sua mudança foi impressionante! – Disse um Draco visivelmente admirado.

- Eu não fiz nada. Deve oferecer seus elogios às suas tias que se empenharam durante toda a semana para me deixar apresentável.

- E você está - respondeu ele, franzindo as sobrancelhas. - Até mesmo...o modo como caminha.

- Elas me fizeram carregar livros na cabeça para aprender a me equilibrar corretamente. – Pansy confidenciou sorrindo.

Draco sorriu em resposta e, naquele momento, quando as feições bonitas se suavizaram, Pansy sentiu a respiração presa na garganta. Santo Deus! Perdera a conta de quantas vezes o vira ao longo de sua existência. Então, por que se sentia daquele modo?

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now