Capítulo 8

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Capítulo VIII

No dia seguinte, Pansy seguiu Lady Lestrange até a luxuosa carruagem de Draco, que estava parada na alameda que dava acesso à mansão e acomodou-se a seu lado. Sentia-se estranhamente excitada.

Como convinha nos períodos de luto, lady Lestrange trajava preto, do chapéu aos sapatos de couro. Pansy, por outro lado, usava um vestido verde claro e um chapéu da mesma cor, seus longos cabelos escuros presos em uma trança.

- Você se sairá muito bem, minha querida! - comentou lady Lestrange com um aceno de cabeça confiante.

Pansy respirou fundo.

- Para o seu próprio bem, espero que sim.

- Para o nosso próprio bem. Lembre-se apenas de não demonstrar uma falsa afetação. Lady Rosier é uma pessoa pedante em muitos sentidos, mas é conhecida por abominar artifícios de qual­quer natureza.

Quinze minutos depois, Pansy se viu no interior da sala de estar de lady Rosier, um belíssimo aposento, decorado em tons de damasco, que predominavam tanto nas peças do requintado mobiliário quanto nos papéis de parede. Diversas imagens e adereços de gato tomavam decoravam o ambiente.

Ao ser apresentada a lady Rosier, Pansy acomodou-se ao lado de lady Lestrange. A anfitriã começou o que Pansy concluiu tratar-se de um interrogatório prolongado durante os próximos vários minutos sobre a família dela, sua relação com lorde Malfoy e as razões pelas quais não debutara em Londres quando fizera dezoito anos.

Respondeu a cada uma das perguntas, a seu ver um tanto impertinentes, de maneira elegante, como fora orientada pelas tias de Draco nas últimas semanas.

Depois de pelo menos quinze minutos, lady Rosier reclinou-se para trás na cadeira e a encarou.

- Você tem o olhar de sua mãe - declarou, afinal. Pansy ficou surpresa.

- A senhora a conheceu?

- Um pouco. Era uma mulher de uma considerável beleza, assim como você, e possuía uma imensa fortuna, assim como você. Ela deveria ter se casado com lorde Malfoy, como você deve saber... ou nunca lhe disseram?

- Não, senhora. Eu não sabia. - Pansy estava chocada. - Ele foi como um pai para mim.

- Como seria apropriado, eu penso. Nenhum cavalheiro foi mais apaixonado por sua mãe do que lorde Malfoy, e havia muitos pretendentes na ocasião. Eu gostava de jogar cartas com ela. Era uma mulher muito inteligente. Seu pai também, é claro. Mas era um homem de poucas posses. - Lady Rosier meneou a cabeça com uma expressão pensativa. - Ela poderia ter sido a condessa Malfoy, mas em vez disso tornou-se apenas a sra. Parkinson. Nós todos ficamos chocados.

- Por ela ter escolhido o amor? - perguntou Pansy com genuína curiosidade.

Lady Rosier endireitou-se e a fitou.

- É tão provinciana que não entende o valor de uma união apropriada?

Pansy sentiu lady Lestrange enrijecer a seu lado e, pela fisionomia rígida na face de lady Rosier, soube que deveria tomar imenso cuidado ao proferir sua resposta. Precisava pensar em um modo de responder algo educado e indiferente, mas que de alguma maneira expressasse o que tinha em mente.

- De qualquer modo devo me sentir feliz por meu pai ter encontrado o amor e uma união apropriada.

Lady Rosier estreitou o olhar e assentiu com a cabeça lentamente.

- Uma resposta inteligente. Pelo menos mostra que tem a cabeça no lugar, ou pelo menos parece ter. Porém, sugiro que tome muito cuidado, senhorita Parkinson, ao temperar suas opiniões quando estiver entre os nobres em geral, ou seu sucesso ficará bastante limitado nas altas rodas. Você me entendeu?

Procura-se um noivo - DRANSYWhere stories live. Discover now