Game Over.

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Do lado de fora, a rua lotada era tomada pelos sussurros dos grupos que apareciam pouco a pouco, tentando disfarçar a curiosidade. Ninguém esperava por aquilo naquele momento, àquela hora, daquela maneira, mas entendiam que aquela situação implorava por um fim. E era ali, no meio de corações eufóricos que Hyunjin e Felix tinham seus dedos entrelaçados fortemente como se apoiassem um ao outro naquele momento, ou apenas estivessem com receio da pior notícia. Bangchan, Chaeyoung e Changbin, embora mais afastados, também estavam ali enquanto pulavam de alegria por finalmente pensar que teriam MinHo de volta. Em meio aos flocos de neve que dançavam ao cair no chão, alguns repórteres sedentos por aquela matéria caminhavam de um lado para o outro com sua equipe os perseguindo com fatigantes equipamentos de gravação. Felix percebeu as poucas vezes que eles se esbarravam delicadamente, e em todas elas acabou por permitir escapar algumas risadas por isso. Após conhecerem os outros três amigos de MinHo, Felix e Hyunjin também tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da família Lee — Lee SunHee, no caso, já que o senhor Lee se privava dos mínimos contatos com a família —, e naquele momento puderam perceber que o homem também estava ali junto de SunHee. Enquanto o desespero a sufocava rapidamente, tirando-a o oxigênio e a deixando apenas com o lacrimejo nos olhos, ele a ditava coisas inaudíveis para outrem. Aquela situação estava sendo difícil para todos, obviamente, porém para SunHee era como mil facadas no peito.

— Vamos realmente quebrar a fechadura? — um dos policiais perguntaram para DakHo enquanto mantinham armas pesadas em mãos.

— Precisamos dar um fim nisso, já perdemos muito tempo. Não podemos invadir, então essa é a única saída. — o Delegado explicou, e todos assentiram em um balançar de cabeças.

Sem que soubessem, do lado de dentro havia um MinHo sedento por liberdade e afobado por um pouco de proteção. Ele, com certeza, era capaz de sair pela sala de cinema naquele mesmo instante, porém era incapaz de o fazer sem ao menos falar com os espíritos que por tanto o protegeu. Dessa maneira, após se afastar de Jisung, acabou por arrastar-se até o porão mais uma vez à procura de Lilith. Desejava despedir-se dela, ou pedir para que esta o acompanhasse até a passagem, mas todo o seu esforço foi miserável ao não encontrá-la. E, de alguma forma, MinHo se sentiu perdido. Deveria procurar por alguém — nem que este alguém fosse DaHyun —, ou sair da casa sem ao menos despedir-se? Após um grunhido de dor e cansaço, ele optou pela primeira opção.
Antes que deixasse o porão, correu os olhos por ele uma última vez, e só após um profundo suspiro foi capaz de dar as costas e deixar o local. E foi ao chegar na sala de jantar que avistou Fluffy, deixando de ser sozinho naquele espaço. O gato de pelagem escura e orbes verde orquídea o encarava, mais uma vez, sem desviar a atenção, queimando o seu coração afobado tão intensamente que ele sentiu suas veias aquecerem e sua pele arder em meio ao pânico, e tudo pareceu piorar quando o felino iniciou uma série de miados agudos. Sem pausa alguma, o som esganiçado o bagunçou a mente até que nublasse seus pensamentos e, sem pensar duas vezes, o moreno tentou disparar em direção à sala de cinema, mas a sua ação foi miserável visto que acabou por esbarrar em duas pessoas de seu conhecimento; duas pessoas que antes procurava; Lilith e Eva.

— Eu estava procurando por vocês! — ele suspirou em alívio — Onde estavam?

As duas meninas, entretanto, nada responderam. Seus dedos eram entrelaçados, e suas cabeças apenas se moviam para acompanhar os movimentos do garoto em sua frente enquanto suas pupilas eram profundas e inexpressivas. Subitamente, a Kim inclinou a cabeça para a esquerda assim como Jisung fazia várias vezes, mas havia algo diferente. Os olhos da garota não eram tomados pela escuridão, mas pelas lágrimas. Lágrimas estas que correram pela lateral de sua bochecha tão rapidamente que, se MinHo não estivesse depositando toda a sua atenção, nem notaria. Eva não era diferente, mas esta conseguia controlar o pranto que a sufocava. O silêncio se tornou torturante repentinamente, tornando pavoroso até o mínimo ruído desde então. As duas garotas nada diziam, tampouco se moviam. E foi quando Lilith apontou, ainda calada, para a direção da sala de estar, que MinHo sentiu-se arrepiar. Lágrimas cresceram em seus olhos e nublaram sua visão, escondendo suas orbes castanhas. Para ele, era algo fora de sua realidade que os espíritos que por tanto o protegera estivesse o indicando a morte. E, em questão de segundos, o Lee pensou estar a salvo quando escutou o sussurrar de Seungmin. Pensou que este o salvaria, com certeza. O Kim sempre o ajudara e, com certeza, daquela vez não seria diferente. Tudo começou com uma palavra; um nome. O nome de MinHo sussurrado.

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