Você nunca esteve sozinho.

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Jisung, ao ver a silhueta de MinHo dentro do enorme pentagrama desenhado ao chão, iniciou dizeres estranhos e desconexos completamente impossíveis de serem entendidos por outros.
Seus tiques se intensificaram e então gritou ao ter seu pescoço dolorido por conta dos movimentos bruscos. Olhou intensamente para o corpo do entregador de pizzas e não tardou em acomodar-se ao seu lado, cruzando as pernas e fechando os olhos.
Em balanços se movimentava para a frente e para trás, ficando por um bom tempo daquela forma. Agarrou o pescoço do garoto ao seu lado e o mesmo nem se mexeu, e então o endemoniado sorriu ao ver seus dedos marcarem o pescoço de vermelho. Ainda agarrando o pescoço do mais velho, levantou-se.
MinHo estava inconsciente, não sentia uma dor sequer. Não escutava os gritos do loiro, suas exclamações ou o som de seus ossos estalando. Não era capaz nem de sentir o forte cheiro de cera das velas queimando.
Depois de alguns minutos balançando o corpo do moreno pelo ar, Jisung finalmente deixou o corpo livre, o soltando de suas fortes mãos. Em um baque o corpo de MinHo bateu contra o chão e fez com que todas as velas caíssem e se apagassem com o movimento brusco repentino.
O endemoniado tirou então do bolso direito de sua calça uma faca afiada, a mesma que MinHo antes usou para tentar ferir-se. Segurou fortemente um dos braços do moreno com uma de suas mãos enquanto a outra passava a faca pelo local exposto, dizendo:

— Está com medo, MinHo? — uma gota avermelhada caiu sobre o chão amadeirado — Está com medo do escuro? Eu te protegerei. Pobre Minmin, eu sempre soube onde você estava, você nunca esteve sozinho.

Mais gotas avermelhadas caíram sobre o centro do pentagrama. Minutos passaram-se e Jisung finalmente havia terminado seus trabalhos na pele de MinHo.
No braço esquerdo estava marcado profundamente o desenho do pentagrama e ao lado deste o número "666"; e no direito a palavra "morte".
Satisfeito com os machucados do maior, acariciou sua face passando fortemente o objeto afiado pelo topo da maçã de seu rosto, ferindo o local deixando uma cruz invertida ali marcada, repetindo o ato do lado oposto.

— Está tão bonito, MinHo hyung. — o elogiou, com seu sorriso ainda presente.

O loiro caminhou até um armário que ali havia e agarrou uma grossa corda preta a qual tinha suas pontas queimadas por uma fogueira que um dia fora uma das causas da morte física de Seungmin, um dos garotos que também haviam visitado aquela casa um dia.
Lentamente, ele caminhou de volta até MinHo, amarrando com dificuldade o áspero objeto em seu pescoço.

— Eu vou cuidar de você, gatinho, nós vamos cuidar de você.

Apertou o nó no pescoço do menino e colocou os pés em seu peito para então puxar fortemente a corda. Puxou o máximo que pôde, seu pescoço estalou e então se ouviu um grito do endemoniado.
Seus dedos que antes estavam pálidos se tornaram vermelhos, com pequenas gotas de sangue.
Puxou até seu corpinho estar ao chão e o rosto do garoto caído no centro do pentagrama ficar roxo em sinal de falta de ar. Soltou a corda após ter suas mãos machucadas e se pôs de pé afim de ir até o Lee para assim tirar o objeto de seu pescoço. Pôde-se notar que aquela área estava ensanguentada por conta da força agressiva que Jisung havia colocado.

— Pronto, não precisa ficar com medo. Não doeu tanto, certo? — afastou os fios de cabelos de MinHo, que cobriam seus olhos — Nós não iremos lhe matar agora, gatinho, hoje foi apenas um teste e você foi péssimo.

Dos lábios do endemoniado saia um líquido. Sangue. Limpou rapidamente ao que o gosto de ferrugem surgia.
Ainda no centro do enorme desenho, Jisung se levantou até sua coluna ficar ereta. Olhou para o desenho com chifres que se encontrava na parede à frente, sorrindo ladino e tombando a cabeça para o seu lado direito, logo saindo do porão à passos lentos, deixando um MinHo caído e machucado para trás.

próxima att só em 2020.

Peek A Boo • hjs + lmhWhere stories live. Discover now