Não é tão fácil quanto aparenta.

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[21.11.19      02:48am]

Após horas de conversas e tentativas por vezes falhas de convencer ChaeYoung a ir até a casa assombrada, Changbin e Bangchan finalmente conseguiram fazer com que a garota mudasse de ideia e seguisse-os. Changbin estava animado, sendo o único dali que não parava de falar nem ao menos para respirar.
A noite era fria, e a grande quantidade de neblina deixava a janela do táxi o qual estavam esbranquiçada e gelada, pronta para qualquer criança inocente fazer desenhos com a ponta de seus dedinhos. As ruas estavam vazias por culpa do frio, e também do horário.

Chae se preocupava com os amigos por conta da friagem, pedindo para que arrumassem seus casacos e luvas. Uma grande quantidade de vapor saia de suas bocas, suas mãos estavam trêmulas e ela não sabia se era culpa do clima gelado, ou o fato de seu apavoramento escondido estar sendo revelado para si.
Vez ou outra, a Son tentava alertar os dois garotos, dizendo-os o quão estúpida e perigosa aquela ideia era e pedindo-os para voltarem até suas casas, mas eles negavam, fazendo com que Chae continuasse ao lado deles, dizendo que iria zelar por suas seguranças.

— Vocês têm certeza do que querem? — a Son perguntava pela milésima vez.

— Já dissemos que sim, Chae, nada acontecerá! — respondeu o Seo, esticando a palma da sua mãozinha esquerda até as costas da mão direita da mais baixa para um afago leve, desejando passá-la tranquilidade — Será rápido e simples, apenas entraremos normalmente.

— Não é tão fácil quanto aparenta, Changbin. — disse o Bang, calmamente — Por que acha que ninguém tomou as devidas providências? Não é um sequestrador qualquer, Binnie, é um demônio.

— Eu concordo com o que seus amigos dizem, não é uma boa ideia irem até lá. — proferiu o taxista que escutava toda a conversa dos três, olhando-os pelo retrovisor interno — Diversos profissionais pediram para que todos mantivessem distância da casa pois podem se machucar, além de atrapalhar as investigações.

Após a fala do taxista, ChaeYoung ponderou sobre a atitude completamente errada que os outros dois estavam tomando; qualquer coisa que fizessem poderia acarretar mais problemas e, consequentemente, mais demora para superiores solucionarem o caso de MinHo.

— De uma vez por todas, não entraremos naquela casa nem que paguem-nos! — ordenou a garota — Apenas iremos verificar se a porta está aberta ou algo do tipo, pode ser que ouçamos vozes vindas de lá, principalmente de MinHo, mas é apenas isto!

— E iremos até o departamento de polícia mais próximo se algo acontecer, ou se presenciarmos algo. — Bangchan que antes estava a todo o vapor para entrar no local, murchou, talvez por conta do seu medo que mesmo não sendo exposto ainda estava ali — Se entrarmos, pode ser que acabemos como ele, e eu não quero isso.

— E se não escutarmos nada? E se ele não estiver lá? — Changbin questionou — Saímos de lá como fracassados?

— Exato! — exclamou ChaeYoung — Você é tão esperto.

— E se nada acontecer, vocês voltam para o carro! Esperarei os três no mesmo lugar aonde estacionaremos. — disse o taxista.

Na visão dos garotos era impossível aquele homem fazer algo de ruim com eles. O senhor era educado, protetor e simpático; seus cabelos pouco grisalhados indicavam o início de uma velhice.
Os três sentiam-se seguros com o mais velho, como se estivessem acompanhados de seus pais. Para eles, aquilo era bom visto que àquelas horas — ou a todo o momento — muitos homens babacas aproveitavam a fragilidade de outras pessoas, mas principalmente mulheres.

Após longos minutos de viagem com direito a muito suspense, risadas — algumas de nervosismo — e alguns momentos de tensão, finalmente chegaram aos seus destinos, um pouco mais afastados do local. As sensações que o trio de amigos tinha não eram diferentes; o coração palpitava muito rápido e forte, suas mãos tremiam, ora de medo, ora de frio. A ansiedade tomava conta dos garotos, fazendo com que suposições ruins e problemáticas tomassem conta de suas mentes e corpos.
Bangchan se encontrava em um estado de alerta e ansiedade; tremia mais do que o normal e sentia-se enjoado, perdendo toda a coragem de ir de encontro a casa. Sua visão era turva e por vezes agarrava-se no casaco grosso e felpudo de ChaeYoung em busca de tranquilidade e aconchego.

— Vocês ainda têm certeza? — ela questionou, ainda preocupada — Nós ainda podemos dar meia volta e ir para nossas casas dormir como anjinhos, e sem ter crises de ansiedade.

— Não voltaremos, mulher! — exclamou Changbin, andando lentamente ao lado de seus amigos e verificando seu enorme relógio de pulso — Passou-se das três da madrugada, não viemos até aqui para desistir tão fácil.

— Eu sei, Binnie, mas olha como o Chan está. Não me diga que não está preocupado com ele!

— Eu estou. — disse, segurando a mão do amigo ansioso logo após e continuando na mais suave das vozes — Chan hyung, olhe para mim.

Esperou até o maior o olhar para continuar sua fala. Changbin era o mais novo dali, mas mesmo assim ainda sentia-se na obrigação de proteger os mais velhos de tudo e todos.
Os três se conheceram aleatoriamente ainda quando crianças, quando os pais de Bangchan mudaram-se para a cidade e instalaram-se próximos a casa de ChaeYoung.
Os dois construíram uma doce amizade com direito até mesmo a casa na árvore e idas às batalhas de rap que o australiano tanto gostava. Chae adorava ver o enorme sorriso do Bang quando envolvia-se nas grandes rodas lotadas de crianças, jovens e adultos. E em uma daquelas rodas conheceram Changbin, que atendia por SpearB e, mesmo sendo criança, fazia rap como um deus, e mesmo depois de anos ainda continuavam inseparáveis.

— Eu sei o quão difícil está sendo para você, mas eu prometo que vai ficar tudo bem. Não entraremos na casa, nada irá acontecer, confie em mim, hyung, por favor. — o menor parou no meio da calçada, puxando o maior de volta junto consigo já que seus dedos se entrelaçavam — Vamos fazer assim; Chae noona e eu seguraremos suas mãos, um de cada lado, iremos lhe proteger. Vamos andar devagar e a cada passo dado respiraremos fundo para nos acalmar, topa?

Viram o loiro assentir, com lágrimas nos olhos, e então foi feito. Son segurava a mão direita de Chan, ficando na ponta da calçada; Changbin segurava a mão esquerda, ficando no canto. Andavam lentamente pelo asfalto gelado, sempre com as mãos fortemente entrelaçadas e ajudando o Bang a estabilizar sua respiração.
E dessa forma continuaram juntos até chegar na casa assombrada.

pab está com sinopse nova, espero que gostem!!

Peek A Boo • hjs + lmhOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz