Han Jisung continua sendo o mesmo.

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Apressadamente, MinHo buscou pelo quarto de algemas onde Jeongin se localizava, subindo as escadas. Jisung já estava no vigésimo quinto número quando o Lee encontrou a porta do cômodo, girando sua maçaneta até que enxergasse Jeongin encolhido no chão diante do medo que o acalentava. O mais novo tremia e seus olhos eram fechados, impedindo-o de perceber que MinHo estava ali.

— Jeongin...? — ele chamou, fechando a porta atrás de si cuidadosamente — Não precisa ter medo, estamos juntos novamente.

Yang suspirou aliviado ao abrir seus olhinhos e ser presenteado com a companhia do mais velho. Desde que entrara ali, presenciou coisas que antes assistia em filmes e estavam longe de sua realidade, como as algemas arranhando a cabeceira da cama e os crucifixos em chamas. O medo e a solidão o engoliu em fração de segundos e o amoleceu o corpo, e tudo o que ele conseguiu fazer foi deixar-se levar pela onda do pavor ao encolher-se no assoalho.
MinHo andou até estar próximo da silhueta alheia, sentando-se no chão até que se tocassem, e não falaram nada por minutos a fim de obterem a calmaria até então ausente. Só quando seus corações sossegaram que MinHo sussurrou:

— Ele me beijou...

Yang o encarou, com suas orbes escuras esbanjando espanto.

— Você beijou um demônio? Qual é o seu problema?

— Eu não tive escolhas, tudo bem? Eu pensei que ele fosse bondoso, e pensei que fazendo isso ele nos daria alguma liberdade.

Ele nunca admitiria que havia gostado daquilo, mesmo que naquele momento percebesse o quão tolo havia sido. Havia gostado porque convenceu-se de que estava provando dos lábios da bondade.
Jeongin não proferiu nada além de um "Tudo bem" sussurrado, puxando-o para um abraço quentinho embora desajeitado. Eles, definitivamente, não mereciam a morte.

— Acho que devemos ir até Felix — MinHo recomendou, tendo a cabeça apoiada no ombro do amigo enquanto seu olhar era fixo na escuridão do quarto —, e depois nos encontramos com Hyunjin para abrir o baú.

Jeongin assentiu, e pôs-se de pé tão rápido devido a vontade de sair dali. Um dia, o espírito naquele quarto contido não autorizou a saída de MinHo do cômodo, mas daquela vez foi diferente e subitamente eles já estavam do lado de fora. O quarto onde Felix se escondia não era afastado — na verdade, era logo na frente —, e logo os dois garotos já se encaminhavam até lá.
O coração de MinHo voltou a ser acelerado devido a sensação de ser observado, e, ao tocar a maçaneta, percorreu os olhos pelo espaço ocupado pelo breu, mas, obviamente, não foi capaz de enxergar coisa alguma. Entretanto, eles os enxergavam. Mesmo na escuridão, demônios sempre estão vigiando.

— Vamos logo, hyung! — exclamou Jeongin, impacientemente, e MinHo não o contrariou ao deixar de lado a preocupação quando adentrou o quarto junto ao menor.

Eles iniciaram os chamados por Felix aos sussurros quando o tapete felpudo os acariciou as solas dos pés, mas o garoto não respondeu, tampouco abriu o closet onde se escondia. Sem opções, MinHo tomou as rédeas da situação ao abrir as portas do antigo objeto, revelando um sardento encolhido no canto enquanto lágrimas riscavam suas bochechas. Ao enxergar a silhueta dos amigos, entretanto, Felix não tardou em levantar e os abraçar, afogando-se em lágrimas.
E, apenas após algumas explicações sobre o ocorrido com Han, eles dispararam discretamente em direção ao porão. O gélido assoalho os arrepiava juntamente ao pavor de andar novamente por aquela casa, fazendo com que eles tivessem suas mãos juntas e seus dedos entrelaçados enquanto livravam-se dos diversos degraus.

— O que estão fazendo? — Eva perguntou, irritada, ao encontrá-los no final das escadas. Ao seu lado estava Lilith que era mais calada do que o normal e mantinha sua cabeça abaixada.

Peek A Boo • hjs + lmhWhere stories live. Discover now