Deixe-o viver.

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MinHo correu o mais rápido que pôde. Ele não sabia quanto tempo tinha para se esconder e nem havia memorizado todos os cômodos da extensa casa. Seu coração estava acelerado e sua respiração descompassada. Ele estava tão focado em fugir que esqueceu-se do breu e esbarrou em algo pesado que acabou por cair e emitir um estrondo.

"Puta que pariu, Deus, o que eu fiz?" pensou.

Mesmo com a situação desagradável, continuou seguindo o caminho, tateando as paredes o mais rápido que podia. Demorou algum tempo até encontrar os degraus da escada, e lembrou-se da fala de Jisung sobre o espelho do banheiro que se encontrava no último andar e, com isso em mente, decidiu subir até lá e se esconder para assim poder ler o aviso.

Assim que chegou no último andar da casa, encontrou uma porta aberta. Convidativo seria uma boa palavra para descrever aquele quarto, então não demorou para que trabalhasse com suas pernas até lá.
A primeira coisa que percebeu ao entrar naquele cômodo foi a mudança de temperatura; todos os cômodos do local faziam seus pelos eriçarem. As paredes eram gélidas, tudo era gelado com exceção daquele quarto e aquilo o deixara aliviado.

MinHo logo deitou no chão, começando a tatear por debaixo da cama, tentando saber se havia possibilidades de se esconder ali e, para a sua felicidade, encontrou o vão livre dela, logo rastejando até que todo o seu corpo estivesse debaixo do móvel.
Pensou em ligar para ChaeYoung ou Chris mas alguns barulhos o interrompera. Ouviu um alto barulho de algo parecido com sino de Igreja e, logo após, passos fundos foram escutados como se houvesse uma multidão correndo em busca de algo ou alguém. O que o deixara intrigado, entretanto, foi perceber que esses passos não mudavam de lugar, nem se intensificavam ou davam uma pausa.
E do nada parou.
MinHo percebeu que agora o garoto demônio estava à sua procura.

"Por favor, Deus, me deixe viver." ele pedia em um sussurro.

Tentando manter-se silencioso o máximo que conseguia, escutou algum barulho na cozinha e deduziu que Jisung havia derrubado algum copo de vidro.

Após longos dez minutos, ele pôde escutar passos em um dos quartos ao lado visto que aquele não era o único embora fosse o único que se encontrava de porta aberta.
MinHo sentiu seus pelos eriçarem e o tremor tomou conta de seu corpo novamente. Não sabia se era por conta do nervosismo ou pela temperatura que havia abaixado novamente, mas, de qualquer forma, aquela não era a sua maior preocupação.

Escutou passos apressados. Alguém estava a correr.
Noutro quarto, o sorriso ainda se fazia presente no rosto do demônio. O citado correu para fora daquele cômodo logo parando na frente da porta do quarto onde o entregador se encontrava. Sua cabeça pendia para o lado, seus olhos negros como o breu da casa não o deixava menos assustador assim como seu sorriso.
Decidiu não dar atenção àquele cômodo, fazendo com que o que estava embaixo da cama agradecesse aos céus milhares de vezes, e MinHo permitiu-se suspirar ao escutar os passos do mais baixo indo em direção às escadas e logo se distanciando.

Amedrontado, saiu do seu esconderijo ao que sentia suas pernas dormentes, logo limpando suas roupas e massageando suavemente suas pernas com uma careta dolorosa, e, em passos lentos e cautelosos, foi até o banheiro escuro e um tanto assustador. As lâmpadas da rua providenciavam pouca luz através das frestas da janela e, por conta disso, ele conseguiu ler o que ali estava escrito. Novamente, sentiu seu corpo paralisar, mas ele não sabia se havia ficado daquele jeito por conta das palavras ou pelas mesmas estarem escritas com sangue fresco.

"Você está sendo observado."

Peek A Boo • hjs + lmhWhere stories live. Discover now