Capítulo 78: Abraço.

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Boa leitura, xoxo

A R I A

  Lórien estava pescando, fechando os olhinhos, caindo para frente e acordando sobressaltado, voltando para a posição de sentado e repetindo a mesma coisa. Eu rio e o pego, arrumando ele deitado no meu colo e Zayn cessa a magia que estava fazendo, o que faz o bebê franziu a testa, mas o sono já estava tão forte, que ele apenas fecha os olhos e abre a boquinha, porque, por algum motivo, ele não dormia de boca fechada. 

 Ansiosa, mas ao mesmo tempo querendo prolongar esse momento por não saber o que estava me esperando, levo Lórien dormindo até o seu berço e deito seu corpo no colchão, segurando a sua mão que ele não tinha soltado, até a sua mão começar a folgar e ele dormir de vez, me soltando. 

 - Nós temos um filho muito bonito. - Quase pulo de susto. Eu, realmente, não estava mais acostumada com a voz do Zayn, principalmente soando de forma aleatória pelo cômodo, sem eu ter perguntado alguma coisa. 

 - Sim, nós temos. - Concordo, apesar de tudo, era verdade. Lórien era lindo e eu afirmava não apenas por ser meu filho, mas por eu saber as coisas e sentimentos das pessoas em volta. 

 Não sabia sobre o que exatamente iríamos discutir. 

 Louis? Sabia que não tinha sobre o que nós culpar com isso, ninguém tinha ensinada Lórien ao chamá-lo assim e vê-lo como pai e como ele já tinha negado tantas vezes nos últimos meses, também estava duvidando que ele falaria alguma coisa a ver com o que estava acontecendo, mas apenas espero para ver. 

 Volto para a cama e nunca me senti tão estranha perto dele. Nem quando nos conhecemos pela primeira vez. Mesmo naquela época eu sentia que o conhecia um pouco, agora...

 - Eu falei com o meu pai. - Acho que a minha expressão entrega o que eu estou pensando, já que ele se apressa em explicar. - Eu não invoquei ele ou fiz qualquer ritual, ele que apareceu para mim. - Fico mais aliviada. Mexer com a morte era perigoso e burrice. 

 Espíritos eram amigáveis até certo ponto. Alguns poderiam ser genuinamente bons, mas outros já estavam a tanto tempo vagando nessa terra que limites não eram algo presente no seu vocabulário, fazendo, as vezes, de tudo para conseguir um corpo novamente. 

 Quando lembro desse fato, fico alarmada de novo. Ele voltou completamente diferente, será que?...

 - Meu pai não me possuiu, você pode conferir, se quiser. - Será que eu ainda acreditava na sua palavra? 

 Não... 

 Tento sentir qualquer coisa de diferente nele, mas além dele parecer estar vivo novamente, nada demais. Não parecia ter nenhuma presença além da dele habitando o seu corpo. 

 - Okay, prossiga. - Concordo, esperando que o resto da história. 

 - Eu não sei como explicar... eu não sei nem como começar a falar sobre... o que aconteceu comigo nesses últimos meses, desde a guerra. Começou ali e eu não tive um dia de paz desde então. - Deixo que ele fala, percebendo o quanto ele estava lutando para conseguir por tudo para fora, como era difícil começar a compartilhar isso depois de tanto tempo. 

 Eu entendia e estava disposta a respeitar o seu limite, já ficando feliz dele, pelo menos, estar falando o mínimo. 

 - Mas agora... passou? - Pergunto, tentando entender e ele nega com a cabeça.

 - Eu não sei. - Estávamos mantendo o nosso tom baixo, nunca esquecendo de Lórien dormindo a alguns metros dali, mesmo que ele tivesse um quarto só para ele. - Eu antes não sentia nada... Agora eu estou sentindo demais. - Dava para perceber que ele estava agoniado apenas pelo jeito que ele falava, suas mãos mexendo inquietas, quase arranhando o próprio peito, como se quisesse arrancar a causa de tanta gastura. 

Night Court - Zayn Malik.Where stories live. Discover now