Capítulo 56: Preço.

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Boa leitura, xoxo

A R I A

   Antes de chegar no lugar "combinado" - "forçado" seria mais a palavra certa. - me recomponho. Nem na minha morte eu deixaria a Criatura me ver chorar ou ver o impacto que ela causava em mim. 

 Não preciso nem me materializar completamente no ambiente quando a sua energia me atinge. A Criatura trazia a sensação de destruição apenas de chegar próximo dela. Antigo e novo, tudo junto e misturado em uma coisa só. Ela era tão antiga quanto o tempo, mas tão nova quanto qualquer outra coisa existente, porque ela nascia e morria conforme as coisas a sua volta faziam o mesmo. 

 Meus pés tocam o chão a contragosto e ao mesmo tempo que isso acontece, um feitiço de proteção é lançado e brilha símbolos embaixo dos meus pés, se apagando quando todo o meu corpo se faz presente na campina que sempre pareceu tão viva e agora... Agora estava ainda com as mesmas cores e cheiros, porém a paz que a acompanhava foi perdida completamente. 

 - Você veio... - Ele cheirava a enxofre e a morte. Não tinha outra palavra para descrever o que a sua presença trazia para o local. 

 A Criatura na visão da minha mãe, apesar de ainda dar as mesmas sensações, ainda estava "inteira", já a que estava na minha frente era uma casca vazia do que foi um dia. As olheiras na pele azul e cinza estavam ainda maiores, buracos enormes apareciam em algumas partes do seu corpo, mostrando o outro lado. Mais da metade da cabeça não tinha cabelo e os olhos pareciam que iria saltar para fora, ejetados e vermelhos, vazios como o infinito. Sua estrutura lembrava a de um esqueleto de tão magra  e alguns dedos não tinham mais as pontas. Ele estava podre. 

 - Sim, pequena feérica insolente, continue me analisando. Dê uma boa olhada no que você fez comigo. - Ele me culpava por ter "roubando" seus poderes? 

 - Eu não pedi para nascer, muito menos ter nada seu. - Minha voz, diferente da dele, não parece falha ou baixa, soando com clareza no espaço vazio que estávamos. 

 - Eu confesso, isso foi um erro meu... - Ele concorda com a cabeça. - E eu vou ter que concertar ele agora, infelizmente. Você tem duas escolhas, ladra...  - O ataco. Se ele estava me dando direito de escolher alguma coisa, era porque ele não tinha força o suficiente para me parar a menos que eu deixasse. E eu não deixaria. 

 O mesmo símbolo circular aparece embaixo de mim e treinando algo que tinha feito com Louis, faço o báculo que estava me ajudando até o momento a controlar de forma mais ampla o poder do caldeirão, aparecer na minha frente. O metal frio cumprimenta meus dedos e eu aponto diretamente para a Criatura, que tropeça ao sentir a rajada de vento, sendo seguida por um fogo vibrante. 

 - Você escolheu a pior opção. - É tudo o que a sua carne podre e agora queimada me diz, antes de um sorriso sádico tomar conta do seu rosto e ele mesmo se preparar para me contra atacar. 

 Z A Y N

 A minha vontade era de ir agora onde Aria estava, a sacudir pelos ombros e gritar "o que diabos você está fazendo?!", eu entendia a sua lógica, mas no desespero que eu estava, se a Criatura oferecesse qualquer acordo que ela saísse viva, eu estaria aceitando. 

 Louis cutuca o meu ombro. Eu estava com ele num lugar a parte, desde que a sua vida foi ameaçada. Conseguir prender ele aqui comigo não tinha sido algo fácil, mas Aria tinha me pedido isso enquanto ia embora. 

 - A gente precisa ir ajudar, cara. Não tem como você nos prender numa gaiola de proteção. Se ele não me achar, caso queira me matar, vai matar todos. - Eu não duvidava, mas eu não sabia se iria conseguir sair daqui e lutar. Minha cabeça estava perturbada. 

Night Court - Zayn Malik.Where stories live. Discover now