Capítulo 35: Manipulação.

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Boa leitura, xoxo

A R I A

  - Seu poder vem então do Caldeirão? - Louis arregala os olhos quando contamos isso para ele e eu tento ver se não era tão ruim quanto parecia. 

 - E não viemos todos? - Ele ri e até Zayn parece divertido com a minha tentativa falha de amenizar isso e nega com a cabeça. 

 - Sim, então eu devo me corrigir. Seu poder é o poder do Cadeirão? - Concordo. Metade... Ou mais da metade, pelo menos. 

 - Vamos ter que fazer a sua mãe falar. Só ela sabe o que ela deu em troca para ter recebido isso, Aria. Não duvido que ela tenha dado você, inclusive. - Eu fico um pouco preocupada com isso e pergunto.  

 - Como, exatamente? - O Entalhador disse que eu conseguiria quebrar um feitiço feito por ele, mas como eu faria isso ele não especificou. 

 - Só tem um jeito de descobrir. - E foi assim que chegamos novamente na casa dos meus pais. Dessa vez minha mãe não nos recebe com o mesmo sorriso de sempre, na verdade, ela parece bem estressada. 

 - O que devo a visita? - Meu pai não estava em casa, deu para ver de primeira. 

 - A gente precisa saber o que você deu em troca para o Caldeirão para me ter. - Os olhos verdes dobram de tamanho e ela nega, dessa vez realmente parecendo abalada e perdida e não mais estressada. 

 - Eu não posso falar. - Louis toca o meu ombro, como se dissesse "sua vez" e eu suspiro, enquanto entramos na casa que eu tinha crescido. 

 Antes que minha mãe possa fazer ou falar qualquer coisa, entro na mente dela, ficando alheia a minha volta e confiando a Louis e Zayn que protegessem meu corpo. Era perigoso entrar na mente das outras pessoas por isso, a sua própria ficava exposta. Me protegendo da minha própria mãe, caço na sua mente algo que possa me chamar a atenção e fico surpresa ao sentir algo me chamando. 

 Como se fizesse parte de mim, uma parte da sua mente está coberta por tentáculos negros, convidativos. Eram familiares para mim, eram meus afinal de contas. Assim que os toco, eles se desenroscam devagar, dando passagem para uma memória bloqueada. Não sabia o que Zayn e Louis tinham feito para lhe imobilizar, mas até agora estava funcionado muito bem. 

 A memória era antiga. Da minha idade, mais ou menos. Minha mãe tinha se deparado com o Caldeirão por pura sorte e desespero. Seu desespero e vontade de ter um filho eram tantos que pareceram lhe invocar. Sua fé invocou o objeto por muitos sagrado, mas para mim, malicioso. Eu conseguia sentir as suas intenções e não eram boas. 

 Um líquido escuro escorre da borda do objeto preto, tomando aos poucos a forma de um feérico comum, porém com aspecto gelatinoso e brilhante. 

 - O que tanto queres, pequena criatura? - Não conseguia saber o que tinha trazido minha mãe até a floresta, mas ela sabia o que ela queria. 

 - Um filho. - Era quase como se ela tivesse conseguido invocar isso de propósito. Qual era o seu desespero de ter um filho? Eu sabia que eram seres sagrados pros feéricos por serem tão raros, mas ainda assim, não entendia como ela podia tanto querer isso. 

 - Eu vejo... - O feérico fantasmagórico sorri, os dentes afiados e brancos aparecendo. - Eu vejo bem mais do que apenas um herdeiro... Eu vejo algo nunca visto antes pisando nessas Terras... Sim, eu vejo... - Quanto mais ele falava, mas ele parecia ser possuído e preenchido pelo líquido escuro saindo do Caldeirão. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos, olhando todos os caminhos do futuro possíveis. - Com a minha ajuda, você pode ter a sua filha. - As feições da minha mãe muda, surpresa. Não era bem o que ela queria, mas teria ter que servir. 

Night Court - Zayn Malik.Where stories live. Discover now