Capítulo 20: Caminhar.

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Boa Leitura, xoxo

A R I A

 Encontro Zayn pronto e me esperando do lado de fora, o que facilitou muito as coisas. 

 - Começamos por onde? - Pergunto e ele me oferece o braço. Assim que toco a sua pele, tudo gira e fica escuro por uns segundos, até estarmos fora da propriedade da Corte Noturna. Estávamos agora nas Terras de Ninguém, graças as barreiras e os tratados, ali era mais difícil usar magia, então teríamos que sobreviver e chegar nos lugares sem essa ajuda extra. 

 Nem mesmo quando podíamos usar magia conseguíamos ir para lugares muito longe, sem ter limites. Podíamos no máximo correr alguns quilômetros apenas, dependendo do poder, como o de Zayn e até mesmo o meu, mais do que no média, mas ainda assim, com limites e restrições. 

 As Terras de Ninguém eram exatamente o que o seu nome implicava. Não tinha dono. Eu e Zayn poderíamos pegar esse lugar que estávamos agora e sei lá, construir uma casa, o tempo que a gente defendesse ela dos outros, era nossa, quando nos matassem, era de quem nos matou. Aqui era tudo uma grande selva, onde a lei da sobrevivência realmente fazia sentido. 

 Olho em volta e encontramos apenas uma paisagem cinza, queimada. Vida nenhuma parecia prosperar nesse local em específico e olhando para trás consigo ver a divisa com a Corte Outonal. Eram daqui que aquelas urgals estavam vindo. Mais a frente tinha a divisa com a Invernal também, achei que a que eles escolheram para usar era apenas mais próxima. 

 - Pelo ar? - Pergunto, já pronta para começar a voar dali mesmo, mas ele nega, guardando as próprias asas. Fico triste. 

 - Vamos se tornar alvos fáceis. - Mais fáceis que no chão? Mas tudo bem, querendo ou não, ele seria o meu guia. 

 - Tá legal. - Concordo a contra gosto e indico para ele começar a andar. 

 - Mas vamos, só não aqui. - Fico confusa com a sua fala, mas só aceito e começo a lhe seguir, enquanto ele anda de forma confiante e reta sobre o chão cinza. 

  Não conversamos nada por exatas oito horas, apenas andando numa paisagem que não parecia mudar nunca. Estava tentando descobrir o horário pelo sol, coisa que eu nunca fui muito boa, então era só um chute ser umas 14 da tarde quando Zayn finalmente para. Eu nunca gostei de andar. Illyrianos não gostam de andar. Temos as porras de duas asas que servem para que não precisemos andar tanto assim, logo, porque gostaríamos? 

 - Acabei me acostumando a caminhar. - Sorte a dele, o meu pé estava criando bolhas constantemente e por ser pequenas e não graves, eu estava conseguindo curar usando o pouco de magia que conseguia acessar ali. 

 - Onde? - Resmungo, porque quem sabe conversar ajudava a passar o tempo. 

 - No mundo humano. - Ah, sim. Quase tinha me esquecido. - Lá não se pode usar nada de magia. Nadinha. Não é como aqui que você ainda sente o seu poder, mas não pode acessá-lo completamente. Lá é como se ele não existisse. 

 - Eu não sei se conseguiria viver desse jeito. - Falo a verdade. - Ainda mais se fosse igual você, acostumada com a realidade desde sempre então puff, acabou. - Mas nem se eu me apaixonasse por... sei lá, imagine um humano muito bonito ai, eu iria morar no mundo mortal. 

 - Você iria sim. - Ele afirma com tanta convicção que eu quase acredito. - Deixar a Corte, Aria... - Zayn fala sonhador, como se lembrasse de algo muito bom. - Deixar aquela Corte, não a de hoje, eu não tenho nem palavras para dizer o quão bom foi. Se eu precisasse deixar tudo, esquecer dos meus poderes, nunca mais voar, qualquer coisa, para fugir daquilo, eu faria. 

Night Court - Zayn Malik.Where stories live. Discover now