A hora certa, no lugar certo

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A suíte presidencial possuía quatro quartos, uma espaçosa sala de convivência, sauna, piscina interna e uma cozinha. Além de uma vista perfeita para a cidade. Diana apreciava aquela vista noturna de dentro da sala de estar. Estava num ambiente agradável, devido o ar condicionado. Lá fora estava quente, como nas praias de Themyscira.

Diana vestia seu uniforme com as novas calças, botas e o corpete de bronze. Apensar de ser uma missão discreta, sua experiência lhe dizia que era melhor prevenir. Até porque, era noite e Batman já estava vagando pela cidade, sequer a aguardara para isso.

— Senhorita Prince. — A voz de Alfred chamou a atenção da Mulher Maravilha. Ela se virou e encontrou a imagem do mordomo no celular que estava conectado ao laptop de Bruce, em cima da mesa de centro da sala. — Perdoe-me, Mulher Maravilha.

— Sem problemas, Alfred. Pode me chamar da maneira que desejar. — Diana caminhou até o sofá e sentou diante do aparelho.

— Parece que a noite será longa, senhorita. — A voz pacífica do mordomo trazia tranquilidade ao ambiente. Seu sotaque britânico era elegante e fazia Diana se sentir acolhida.

— Eu conto com isso, Alfred. Quero resolver esse caso o quanto antes.

— Tenho certeza de que deseja retornar para casa. — Era possível ver apenas o rosto de Alfred e, algumas vezes, a xícara que ele levava até a boca. — Um desejo em comum que a senhorita compartilha com meu patrão. Durante esses anos eu tento tirá-lo dessa caverna para vê-lo se divertir, ou pelo menos tentar tirar algum proveito de suas extravagantes encenações. Mas aprendi que não se tem tudo o que se deseja.

— Ele parece se divertir com seu trabalho, lá fora, na escuridão. Onde as pessoas o temem. E, as vezes, ele parece temer a si próprio.

— Na verdade, senhorita, ele se tortura todas as noites quando se embrenha no escuro para fazer seu trabalho. É como uma maldição, uma punição sem necessariamente ter sido culpado pelo que aconteceu. Carregando nos ombros todo o peso do mundo.

— Seu patrão é bastante misterioso, Alfred. Mas eu fico feliz que ele tenha alguém como você para confiar, a solidão pode ser o maior dos inimigos. — Diana sentiu que já era hora de se despedir.

— E a mim parece que a senhorita conquistou tal confiança também.

Alfred não disse nada mais, e Diana também não poderia continuar conversando. Ela ouviu as ordens de John pelo comunicador, precisava partir. Após uma despedida, Diana deixou a suíte do Hotel pela varanda.

Naquela semana, a cidade de Bogotá estava em festa, celebrando seu aniversário de 478 anos. Diana ouvia a população animada pelas ruas, músicas típicas e comidas variadas. A mensagem telepática de John, ordenava que a amazona seguisse pela Avenida Carrera, até a El Dorado. Pela Carrera 13, Diana entrou no Parque Central de Bavaria, encontrando o que John lhe designara. O Bancolombia Centro Internacional era palco de uma apresentação em homenagem aos heróis da cidade. Diana seguiu as instruções, sem levantar suspeitas de nenhum civil. De maneira ágil, a heroína voou até o topo do prédio. Por acaso, encontrou o Batman por lá.

Ele usava um binóculo para observar o lado norte, onde ficava um outro prédio.

— John também te guiou até aqui? — Ela sabia que não. Batman apontou na direção que observava, Diana possuía uma visão espetacular, por isso não precisaria de binóculos.

— Eu estava até agora monitorando Lex Luthor, mas o encontro dessa noite não passava de diplomacia. — Batman olhou para a Mulher Maravilha. — Roupas novas?

— É, eu gosto de variar de vez em quando. — Diana murmurou. — Eles estão fazendo uma venda? Quem ainda paga com dinheiro? Achei que usassem transferências bancárias hoje em dia.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now