Uma rotina maravilhosa

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A rotina da Mulher Maravilha na cidade era um pouco diferente do que ela estava acostumada na Ilha de Themyscira. Todavia, ela não havia se rendido totalmente aos prazeres da vida ociosa e sedentária como muitos outros já estavam acostumados nas grandes cidades. Como, por exemplo, comprar tudo pela internet, sem ter o prazer de apreciar um céu azul e iluminado pelo sol, e até em dias chuvosos ou com neve. E, mesmo que eles fossem para a rua, ainda estavam com seus olhos vidrados na tela do aparelho celular.

Diariamente, ou quando a Liga da Justiça dava uma folga, Diana corria do Yards Park, subindo a Washington Avenue até a Casa Branca. Terminando sua corria no Observatório Naval. Ela sempre sentava no banco, apreciando a vista do dia amanhecer.

Ao retornar para o apartamento, misturava-se com os pedestres indo e vindo em diversas direções. Cada um com seus problemas pessoais, trabalhos diferentes e compromissos importantes ou não. A princesa via beleza na rotina diária daquelas pessoas.

Naquele início da manhã, antes de retornar para casa, passou em um supermercado. Suas compras não eram exageradas, comprava apenas o necessário, embora, nos últimos dias, a influência da Mulher Gavião vinha causando uma mudança nesses hábitos saudáveis.

Diana avaliava a quantidade de marcas de sorvete no freezer. Ela observou uma jovem abrir a porta de vidro e pegar dois potes de sabores diferentes. Decidiu usar como uma sugestão.

Na fila do caixa, a princesa piscou para uma garotinha que segurava uma revista estampada com o rosto dela. A menina puxou o braço da mãe, falando que viu a Mulher Maravilha, mas, como sempre, as pessoas não prestavam muita atenção em nada. Diferente do caixa do supermercado. Ele insistiu que conhecia Diana de algum lugar. Felizmente, ela deixou o supermercado antes que ele a reconhecesse. O tratamento dos adultos costumava ser mais barulhento e confuso do que das crianças.

Diana entrou no prédio e foi recepcionada pelo porteiro, que a ajudou segurando a porta do elevador. O senhor de meia idade era sempre muito gentil. E Diana sabia que ele possuía uma arma embaixo da mesa da portaria, e outra em seu coldre dentro do paletó.

Seu nome era Jeff Craig, um agente da CIA aposentado e que agora trabalhava para o Governo dos Estados Unidos como porteiro. O Batman foi quem lhe deu a ficha completa do ex-agente, embora ela já soubesse que Jeff não era realmente um porteiro comum.

Já em seu apartamento, Diana guardou as compras. Ela ligou a televisão, deixando no canal de notícias, enquanto tomava um banho. Quando terminou, saiu do banheiro, esfregando a toalha nos cabelos, ouvindo a jornalista falar sobre a crise econômica que o país vinha passando. A taxa de desemprego estava aumentando e diversas microempresas fechando as portas.

O mercado imobiliário não está diferente. — A jornalista citou alguns casos sobre famílias que perderam seus bens, incluindo suas casas.

Diana retornou para o quarto, vestiu uma calça jeans e camiseta branca, ela foi até a cozinha para preparar o café da manhã, enquanto ouvia o âncora dar mais notícias sobre as dificuldades financeiras que os americanos vinham enfrentando e como eles faziam para superar a crise.

Durante a semana eu trabalho como atendente em uma lanchonete, e aos finais de semana eu levo alguns cachorros para passear. Assim vou juntando dinheiro para a faculdade. — Disse uma adolescente, ao ser entrevistada.

Diana voltou à sala, segurando um prato com frutas picadas e um copo de leite. As entrevistas se estenderam durante mais quinze minutos, enquanto a heroína terminava de comer, sentada no sofá da sala.

Ela diminuiu o volume da televisão, quanto o telefone tocou.

— Alô? — Perguntou, ouvindo a voz de Shayera, convidando-a para sair aquela noite. — Hmm... eu não sei se poderei sair.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now