Noite das Garotas

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— O que pensa que está fazendo? — A princesa amazona perguntou, embora a força utilizada para afastar o Batman, não fazia parecer que ela queria uma conversa pacífica. Seus olhos de caçadora, presente de Ártemis em seu nascimento, lhe dava uma grande vantagem sobre sua presa, embora o Batman não fosse exatamente uma, pelo menos não inimiga. Entretanto, havia passado dos limites. E ele sabia disso, difícil era fazê-lo concordar.

— Salvando-a. — Batman respondeu, mesmo ciente da pergunta retórica.

Ela o fuzilou com seu olhar.

— Me tirando da zona de combate daquela maneira, sem a minha permissão, não é salvar! — Aborrecida, a Mulher Maravilha tentou se comunicar com John, o Caçador de Marte, para informar sua localização. — Está instável, não consigo ouvir nada. E John não está se comunicando telepaticamente comigo. — Ela falou preocupada.

— Naquela situação, não havia nada que pudesse ser feito. — Batman caminhou até a beirada do penhasco. Estavam numa distância segura da Ilha, que agora estava totalmente tomada pelas chamas.

— Não havia nada? — Dessa vez a pergunta não foi respondida, então ela continuou mantendo firme a voz. — Você não tem o direito de tomar essa decisão por mim.

— Todos os civis foram retirados a tempo, assim que a explosão se iniciou, já não havia mais o que poderia ser feito. — Batman usou o tom habitual para falar com Diana. Sua voz era normalmente séria. Ela poderia contar nos dedos quantas vezes ouvi-o falar sem aquele timbre grave.

— Daqui em diante eu decido quando meu trabalho termina. — Diana falou ríspida, virando-se. Mas, antes de alçar voo, Batman segurou-a pelo braço, soltando logo em seguida.

Ela o encarou, ainda sentindo o sangue ferver pela breve discussão.

— John pediu para nos reunirmos daqui uma hora. — Batman não falou mais nada.

Diana observou a Ilha em chamas, era verdade que os civis já haviam sido resgatados. Entretanto, acreditava que poderia juntar-se ao Superman para estabilizar a máquina de extração mineral no Vulcão. Na verdade, não era um trabalho difícil para os dois, mas o problema com o comunicador atrapalhou os planos. Diana estava em combate com um General equipado com armamento pesado, ela o derrotou, assim como o seu pequeno exército. E, quando as explosões iniciaram, foi erguida do chão pelo Batman, o jato dele os tirou da ilha e, ao pousarem no topo do penhasco da ilha vizinha, a Mulher Maravilha sentiu a ira de Ares tomar conta de seu corpo.

Aquela não era a primeira vez que as ações do Batman causavam um certo desconforto para Diana. Mas foi a primeira vez que ela o encarou friamente, sentindo-se insultada pela maneira que ele tomara a frente de suas decisões.

Depois de alguns minutos, a princesa colocou ordem nos pensamentos, felizmente estavam todos a salvo, era o que desejava.

Batman encontrava-se ao lado do jato, Diana aproximou-se, ele terminava de falar com alguém sobre sua posição com a Mulher Maravilha. Assim que terminou, ele informou que estava tudo sob controle na Ilha.

— Meu comunicador ainda está falhando. — Diana tirou o ponto eletrônico do ouvido, mas o colocou no lugar novamente. — Precisamos conversar.

— Não é o momento adequado. — Ele respondeu, sem mudanças no tom da voz.

Diana respirou fundo, cruzando os braços.

— Quando disse que nós conseguiríamos separar as coisas, eu acreditei que nós dois iríamos fazer nossa parte. — Ela então adquiriu a atenção do herói. — Se não consegue lidar com isso, me diga agora.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now