No Oriente Médio

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O pátio de um colégio não havia nenhuma criança brincando, ele estava repleto de macas e camas improvisadas, enquanto médicos e voluntários trabalhavam para dar os primeiros socorros aos feridos de um atentado ocorrido em uma via pública bem movimentada de Assad.

Estelar e Ravena traziam mais feridos, enquanto Vixen os acolhia com a ajuda de algumas pessoas.

— Olha só quem veio dar uma mãozinha para a gente. — Estelar falou para Vixen, enquanto se aproximava. Atrás dela, Diana caminhava a passos lentos, cuidadosa para que não pisasse em nenhum leito feito no chão.

— Quando o Aquaman me falou que você viria, fiquei surpresa. — Vixen se levantou. — Você não estava impedida de sair dos Estados Unidos?

Diana balançou a cabeça, mais preocupada com a situação naquele local do que seus próprios problemas pessoais.

— Pelo o que entendi, foi apenas uma sugestão da promotoria. Não é como se eu fosse fugir, não tenho motivos para isso. — Diana perguntou o que poderia fazer para ajudar.

— Vejamos... — Vixen virou-se e chamou uma pessoa. Assim que o homem se aproximou delas, a heroína os apresentou. — Esse é Fadir, ele está mais atualizado com o mapa das equipes de buscas, estamos resgatando os feridos de um prédio que desabou, mas na região ainda tem mais pessoas que precisa de ajuda.

Fadir cumprimentou a Mulher Maravilha com um movimento simples de cabeça. Suas roupas estavam sujas da poeira dos destroços e os cabelos pretos molhados de suor.

— Perdoe o meu inglês. — Fadir disse, com um sotaque bastante acentuado, enquanto direcionava Diana até seu jipe. — Já faz um tempinho que estou aprendendo, mas ainda não falo tão bem.

— Não há o que se preocupar, eu compreendo seu idioma. — Diana falou em árabe, sentando-se no banco do passageiro ao lado do motorista. Estelar e Ravena voavam sobre os dois.

— Você deve saber muitas línguas. — Ele concluiu, entrando no jipe. — Fala muito bem o meu idioma. Diana concordou.

— É muito longe daqui? — Diana mudou de assunto, a gravidade do momento não lhe dava brechas para outros tipos de conversas.

— Não muito, talvez uns quarenta minutos. — Fadir colocou os óculos escuros e um chapéu. — Se ficar mais a vontade sobrevoando a área, eu vou entender.

— Você já conhece o local, tem mais intimidade, prefiro que me leve direto para lá, Estelar e Ravena podem fazer uma vistoria aérea completa. — Ela olhou para cima, certificando que as duas haviam ouvido o que acabara de falar.

— Comunicaremos nossa localização depois. — Ravena informou e partiu, acelerando seu voo, assim como Estelar fez em seguida.

A luz do dia já estava acabando, dificultando o trabalho de resgate. Diana havia limpado o local quase que completo, retirando os destroços. Os bombeiros faziam seu trabalho, retirando com cuidado os sobreviventes. O trabalho continuou durante toda a madrugada.

Quando ergueu o último pedaço de concreto, Diana achou que estaria mais aliviada, já que o número de sobreviventes era alto para tamanha tragédia. Mas, ao contrário disso, sentia-se exausta e a mente conturbada. Fadir a levou de jipe para sua casa, onde abrigava algumas pessoas sem moradia, além de Vixen, Estelar e Ravena.

Sua propriedade ficava em Beit Jinn, 54 quilômetros da capital de Damasco, levou apenas uma hora de jipe, enquanto voando, Estelar bateu seu recorde de três minutos. Ela os aguardava em frente a mansão e abriu a porta do jipe para a Mulher Maravilha.

— Vou levá-la até nosso quarto para que possa tomar um banho e descansar. — A tamaraneana revelou que dividia o quarto com Vixen e Ravena, mas havia espaço para mais uma cama.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now