O peso do Mundo sobre os ombros

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Quando abriu a porta de seu apartamento em Washington, Diana teve uma agradável surpresa ao encontrar Elizabeth Darcy sentada no sofá. A amiga retornou do Oriente Médio naquela manhã, e, caso pudesse se levantar e pular nos braços de Diana, faria com todo o prazer. Mas Beth estava com a perna engessada.

Cheia de cuidados, Diana a abraçou, querendo saber como foi sua missão.

Elas conversaram durante algumas horas. Aproveitando o clima chuvoso do início da noite, a amazona decidiu preparar uma sopa com os ingredientes que encontrou dentro da geladeira. Elizabeth estava resfriada e Diana a levou no colo até a cama.

Assim que a sopa ficou pronta, ela colocou em uma bandeja o pão assado e a sopa numa tigela redonda. Foram mais algumas horas de conversa, até que Elizabeth pegou no sono. Diana a cobriu com uma coberta e fechou a porta do quarto.

Ela tentou relaxar em sua cama, mas não conseguia desligar a mente. Muitos pensamentos e ideias cruzavam sua cabeça. O modo que Bruce parecia tentar dar uma chance para eles dois, afinal de contas, nunca houve antes um convite para visitar a mansão em uma visita social. Também incomodava questionar sua própria força e necessidade para o mundo atual. E em cem anos, nada parecia ter mudado, apenas novas pessoas no poder. Novos inimigos, só que o mesmo desejo de cobiça. A maldade enraizada na história da humanidade parecia corroer e corromper a todos.

"Ainda existe o bem nesse mundo, Diana", ela ouviu a voz do Caçador de Marte em sua cabeça. "Eu perdi todo o meu mundo, daria tudo para tê-lo novamente e lutar pelos que valem a pena."

***

— Então, aquele tal Bruce Wayne, foi só um passatempo? — Passado algumas semanas, Elizabeth sentia-se melhor, graças a ajuda de Diana. Ela aproveitou o café da manhã na varanda, com a perna recém removida do gesso. — Você gosta dele?

— Não, não é nada disso. Eu apenas aceitei o convite para entrar no país sem levantar suspeitas. Só que as coisas não saíram como o planejado. — Diana bebeu o café, sentindo o frescor agradável daquela manhã.

— E o Trevor? Ele andou deixando muitas mensagens na secretária eletrônica.

— Somos apenas amigos...

A campainha tocou e Diana deixou a xícara de café em cima da mesa. Ao atender a porta, ficou espantada em encontrar Steve Trevor. Ele parecia agitado e ao mesmo tempo aliviado em vê-la. Passado a surpresa, ela o convidou para entrar. Estava evitando falar com ele pelo telefone, mas não havia ainda um motivo em especial, ou algo para culpar.

— Como vai, Senhorita Darcy? — Steve a cumprimentou, perguntando sobre sua viagem ao Oriente Médio. Elizabeth não roubou muito tempo de Trevor, visto que ele parecia mais interessado em conversar com Diana. Ela se despediu, se trancando em seu quarto para fazer maratona de House of Cards no Netflix.

— Sente-se, Steve. — Diana sugeriu. — Quer beber alguma coisa? Fiz café.

Ele sorriu, agradecendo o convite. Vestia um terno elegante e gravata. Diana imaginou que ele estava em serviço, não sendo uma visita pessoal, ou casual.

— Estou contente em vê-la. Estava preocupado, eu soube das notícias da Colômbia. — Trevor pegou a xícara de café e bebeu um pouco. — Meu escritório recebeu um milhão de ligações desde sua primeira aparição em Bogotá.

— Você não é mais minha fonte de informações. Nos desligamos já tem um tempo. — Diana constatou o óbvio.

Steve balançou a cabeça, dando um sorriso sem graça.

— Acha que o presidente desse país se importa com brigas de namorados?

— Eu acho que ele devia me agradecer por eu ter salvo aquelas pessoas. — Diana falou dura, depois pedindo desculpas. — Olha, eu agradeço a sua preocupação.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now