Retornando à Gotham City

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Foram duas semanas de trabalho sem interrupção até que Diana foi convocada para retornar aos Estados Unidos. No aeroporto, Kate Spencer a aguardava com algumas novidades. Elas pegaram um táxi e foram direto para o escritório de advocacia de Kate, no centro da cidade de Gotham.

Nuvens carregadas vinha na direção da costa lestes, enquanto o vento varria toda a cidade. Diana e Kate chegaram a Downtown antes que a forte chuva iniciasse.

O escritório de Kate ficava no primeiro andar de um prédio comercial de trinta andares. Naquela cidade, quanto mais próximo do chão, mais barato era o aluguel. Consistia em duas salas e um banheiro. Na primeira sala, um sofá de dois lugares, uma mesa e estante com diversos livros, além de uma televisão presa na parede. Na janela, com barras de ferro para proteção, havia um vaso com uma planta seca, carecendo de água.

Kate deixou a bolsa sobre a mesa, espalhando alguns papeis empilhados. Enquanto ela os arrumava, ascendeu um cigarro, depois buscou uma garrafa de cerveja no frigobar no canto da parede. No outro cômodo, um quarto mobiliado e algumas roupas no chão.

— Nataniel Norton entrou em contato comigo. — Kate sentou em sua cadeira, do outro lado da mesa. — Na verdade, foi o secretário dele. Me oferecendo um cargo no escritório. — Ela disse, com um tom de deboche. — Quando eu trabalhei lá, ninguém deu nada por mim. Agora que sou representante da Mulher Maravilha...

— E você ouviu a proposta?

— Sim, sim. É um bom dinheiro, com certeza resolveria alguns problemas meus, eu poderia alugar um apartamento e parar de dormir no trabalho. Mas não é o que eu preciso no momento, quero ter o meu nome naquela porta de vidro. — Ela apontou para a porta do escritório. — E não a de outra pessoa.

— Tem razão, é por isso que confio em você. — Diana estava ansiosa pelas novidades, mas não queria parecer negligente quanto aos sentimentos de Kate.

— Certo, vamos trabalhar. — Kate soltou a fumaça para o alto, com o cigarro ainda pendurado na boca. — A lista de fornecedores das joias que o chefe Gordon da Polícia de Gotham apreendeu, tem alguns nomes interessantes. Os holofotes estão direcionados para todos eles neste momento, políticos e pessoas de índole inabalável... até agora, logo mais será um teto de vidro. O contador da joalheria está preso e fez um acordo com a promotoria, ele falou tudo o que sabe. O problema é que, quando isso acontece em Gotham, geralmente a boca da pessoa aparece no outro dia cheia de formigas.

Diana ouviu tudo levemente chocada com a naturalidade de Kate ao descrever uma coisa terrível, como sendo algo recorrente;

— O que precisamos fazer para mantê-lo vivo? — Diana perguntou, preocupada com o rumo daquela conversa. Kate havia alegado que ela possuía boas notícias, mas até agora estavam caminhando para uma escuridão.

— Gordon é um policial honesto, depois de tantos anos ele não foi envenenado pela corrupção da cidade, então confio na decisão dele, e nos homens que selecionou para o caso. Além do mais, temos pessoas bem preparadas que vigiam a cidade de noite e de dia. — Karen tragou mais uma vez e então amassou o cigarro no cinzeiro.

— Esse senhor disse algo sobre mim? — A amazona, incomodada com a fumaça de cigarro, abriu a janela, entretanto, a poluição sonora e do ar, deixava o ambiente ainda mais carregado. Diana desistiu e então fechou-a novamente.

— Sim, ele confirmou o pagamento do seu cachê em cinquenta por cento, e as joias, que deveriam ser doadas para a instituição, foi para o bolso dele. É uma das provas da promotoria. Novamente, estamos em Gotham, não verá nunca mais aquelas joias. — Kate ligou o aquecedor, que, embora fizesse um barulhinho irritante de motor velho, era a única coisa que mantinha o lugar mais aconchegante.

Os sentimentos da Princesa GuerreiraWhere stories live. Discover now