16- Stay Alive, Luke.

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Luke On...

O relógio em meu pulso informava que já estava no começo da tarde e não haviam me dado nada para comer ainda. Eu estava com fome, não comia desde o jantar, ontem à noite, e já estava começando a me sentir fraco e meio tonto. Entretanto, eu não gritava e nem implorava por comida, batendo na porta, mesmo que estivesse realmente desesperado. Eu apenas ficava sentado no colchão, com a voz dela em minha cabeça.

Fecho os olhos, encostando a cabeça na parede úmida. Fazia alguns anos que eu não ficava preso no O Quarto, mas me lembro que já passei pelo menos uma semana lá dentro. Eu tentava me lembrar o que fazia com a fome, eu só recebia comida uma vez ao dia, era pouco e nada agradável. Acho que eu tentava não pensar em quanta fome estava sentindo, ou coisas assim, mas agora tudo que eu penso é que preciso de comida. Por sorte, um dos brutamontes jogou um galão de água, abrindo uma pequena fresta da porta, ontem de madrugada. Eu estava economizando ela, porque só Deus sabia quando lembrariam de me dar água novamente.

Falando em Deus, eu já tinha rezado pelo menos umas 100 vezes durante o resto da madrugada, e agradeci a Ele, por eu estar usando meu relógio quando fui sequestrado, já que assim podia pelo menos ter noção do tempo, tendo em vista que onde estava não tinha nenhuma janela. Me pergunto o que Taylor estaria fazendo, será que ela se desesperou quando soube? Será que ela saiu a Máfia e já está me procurando? Eu rezava a Deus que sim.

Começo a sentir um pouco de frio, e tento não me encostar mais na parede, por ser úmida demais. O colchão também já estava começando a ficar meio úmido, porque a água parecia emanar das paredes, será que chovia lá fora? Me permito deitar no colchão, que tinha um cheio fétido, minhas roupas não estavam lá aquelas coisas, minha fina blusa de manga longa continha listras brancas e pretas, mais agora as brancas estavam cinza de sujeira, minha calça que continha um rasgo no joelho, agora estava ainda mais rasgada. E eu já tremia de frio.

Então, a porta se abre, a luz branca e forte entra novamente, junto com os gigantes da outra vez e seu chefe logo em seguida, todo pomposo como da última vez. Me sento rapidamente.

- Você vai sempre fazer essa entrada triunfal ridícula? - Pergunto, já cansado daquele lugar.

- Olha, alguém ficou valente de repente - ele diz, em tom de deboche.

Me levanto, perdendo a paciência.

- Ela vai vir me buscar, você vai ver, e quando ela chegar, ela vai matar todo mundo, até mesmo você. - Meu tom era de raiva, porém, nada se comparava com as chamas vivas nos olhos de Justin.

- Você vai pagar pelo que ela fez.

Então, ele me deu um soco forte no estômago, tão forte que logo sinto o gosto de ferro tão comum de sangue em minha boca, e então ele socou de novo, dessa vez ainda mais forte, depois de novo, me fazendo cair no chão. Cuspo sangue, duas vezes, tentando fazer meus pensamentos focarem nela, e que se não fosse eu, era ela quem estaria ali.

Ele levantou minha cabeça, puxando meus cabelos, até me fazer encará-lo, e então, cuspiu em meu rosto e deu um soco em minha boca, cortando ela, meus lábios, e acho que sinto um dente ficar mole na hora. Em seguida socou forte meu nariz, o quebrando. Depois socou meu olho repetidas vezes, talvez umas 5, mas eu já não estava mais pensando coerente. Sinto quando ele me dá chutes no estômago e eu acabo desmaiando, sem forças.

A última coisa em que pensei, foi na voz de Taylor em minha cabeça: ''Mantenha-se vivo, Luke''.

Taylor On...

Eu e um grupo com o melhor pessoal de Dylan estávamos reunidos na sala de reuniões, enquanto eles terminavam de repassar o plano que eu e Kaya formulamos. Eu estava sentada ao redor da mesa, mas não ouvia nada do que eles falavam, Dylan gostava sempre de enrolar assim mesmo ou será que só estou percebendo isso agora? Porque eu tinha a localização e só queria ir até lá imediatamente.

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